Nos dias 29 a 30 de julho, Salvador foi o palco de um dos eventos mais esperados do ano, o 16º Festival Latinidades. Com o apoio do Governo do Estado da Bahia, o festival trouxe shows envolventes e debates profundos, destacando a importância do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana Caribenha, celebrado em 25 de julho.
O Pelourinho foi o cenário perfeito para este festival multicultural. A Praça Quincas Berro D’Água foi o ponto de encontro para as apresentações de artistas de diversas partes do mundo. No primeiro dia, o II Concerto Internacional contra o Racismo reuniu talentos como a Banda Panteras Negras, Slam das Minas Bahia, Vox Sambou (Haiti), Enio IXI, La Dame Blanche (Cuba), Rocky Dawuni (Ghana), Shirley Campbell (Costa Rica), William Cepeda (Puerto Rico) e Masauko Chipmbere (Estados Unidos/Malawi). O Samba Ohana encerrou o evento no domingo, enchendo o Pelourinho de ritmo e energia.
O Latinidades não foi apenas sobre música e arte; também abriu espaço para questões econômicas e sociais. A Feira de Empreendedorismo Negro deu visibilidade a produtos, serviços e conteúdos de afroempreendedores, promovendo a inclusão e o desenvolvimento econômico desses empreendedores talentosos.
O festival também abriu caminho para diálogos cruciais sobre racismo, sexismo e igualdade racial. No Museu Eugênio Teixeira Leal, renomados especialistas, representantes do governo, ativistas e pesquisadoras participaram de discussões profundas e esclarecedoras. O Encontro de Juristas Negras trouxe à tona questões como o racismo na infância, a situação das mulheres encarceradas e a relação entre arte, justiça e ancestralidade.
No seminário “Desafios da Democracia no Brasil: Violência de Gênero e Raça na Política”, representantes do poder legislativo e executivo, junto com pesquisadoras, debateram questões urgentes. O lançamento da publicação “Da Lei do Ventre Livre aos dias atuais: Direitos sexuais e reprodutivos das mulheres negras no Brasil sob uma perspectiva histórica” pelo Unfpa, com a participação de Epsy Campbell, destacou a importância da história na compreensão dos direitos das mulheres negras. A pré-estreia do documentário “Corpos Invisíveis”, dirigido por Quezia Lopes, trouxe à luz a experiência artística e pessoal de onze mulheres, explorando o apagamento social de corpos negros femininos.
O 16º Festival Latinidades em Salvador não apenas celebrou a rica diversidade cultural, mas também forneceu uma plataforma vital para a discussão de questões críticas de igualdade racial e de gênero. Este evento não só entreteve, mas também inspirou a ação e a reflexão, destacando a importância de continuar trabalhando juntos para um mundo mais igualitário e inclusivo.