3ª edição do Festival Estudantil de Artes Cênicas ocorre de 01 a 09 de dezembro

O espetáculo de dança com narrativa brechtiana Maré – Águas de Mim, dirigido por Guilherme Hunder e Márcio Fidelis, abrirá no dia 01 de dezembro, às 19h, no Teatro Castro Alves, a 3ª edição do Festival Estudantil de Artes Cênicas (FESTAC). O festival é uma realização dos Coletivos COATO, COOXIA e a Escola de Teatro da UFBA, e contará com obras do interior e da capital baiana.

O FESTAC ocorrerá entre os dias 01 e 09 de dezembro, com 16 espetáculos em sua programação, ocupando diferentes espaços culturais e públicos de Salvador – Teatro Castro Alves, Teatro Martins Gonçalves, Teatro Gamboa Nova, Teatro Sesc Senac Pelourinho, Casa Evoé (Largo dos Aflitos), Centro Cultural Plataforma e o Laboratório de Experimentação Estética do Museu de Arte da Bahia.

Os espetáculos selecionados e convidados são propostas de trabalho nas áreas de Teatro, Dança, Performance e Circo. O Festival Estudantil de Artes Cênicas é um espaço de encontro entre artistas criadores das artes aplicadas dentro das Escolas Secundaristas e das Escolas de Artes Cênicas do Estado da Bahia.

O Festival busca ampliar o diálogo da produção universitária/secundarista com diferentes públicos a partir da ampliação no acesso as mesmas e promove intercâmbios artísticos e profissionais. Além das apresentações artísticas, também irão compor a programação do 3º FESTAC sessões de bate papo após os espetáculos com as produções participantes.

Ocorrerá ainda o 1º Encontro Estadual de Teatro de Grupo na Bahia, realizado em colaboração com a ATêlier voadOR, no dia 04 de dezembro, às 14h; e a mesa Gerir Resistência, em que ocorrerá um diálogo sobre modos de criação em grupo e coletivo, no dia 09 de dezembro, às 10h. Ambos os eventos ocorrerão no Foyer do Teatro Martim Gonçalves.

De acordo com Danilo Lima, representante do Coletivo COATO, as palavras que resumem esta edição são corpo/espaço/manifesto. “Buscamos na/junto/com a arte representações daquilo que reivindicamos, presenças do aqui agora entre artistas e espectadores e autonomias relacionadas a equipe que compõe a edição do festival este ano e dos grupos que estão em nossa programação”, específica

Em 2018, o FESTAC conta apenas com um apoio emergencial da Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal da Bahia para sua realização, que está sendo direcionado para gastos de logística e executivo. “E isso tudo, é resistência. Porque cada espetáculo selecionado terá seu retorno a partir da bilheteria de sua sessão. O espectador torna-se um investidor do projeto artístico”, pontua Lima.

A palavra resistência serviu também como um dos eixos para a atividade curatorial, porque resume a tríade corpo/espaço/manifesto. A curadoria desta edição do festival foi realizada por Danilo Lima junto a Marcus Lobo, também integrante do Coato, e Guilherme Hunder integrante do Cooxia Coletivo Teatral.

Essa resistência de viver apenas da bilheteria e como sustentar as produções das artes cênicas, de modo financeiro, será uma das interrogações que serão levantadas nos bate-papos após às apresentações dos espetáculos. Outra discussão a ser levantada é que muitos trabalhos assinam como coletivos ou grupos “e nós acreditamos nessa maneira de produzir arte”, com isso serão ouvidos grupos experientes e novos.

Fazem parte da programação os grupos Coletivo DUO (O Barão nas Árvores), Reforma Cia. de Dança (Em Ponta de Faca), Cia Municipal de Teatro Amador de Lauro de Freitas (EDU E CAÇÃO – A Lenda das Cabeças Quadradas), Cia da Mata (Amarelo Ouro Mi Maió), Grupo Por Acaso (Império das Sombras), a Escola Estadual Almirante Barroso (Heroínas Negras Brasileiras) e o Coletivo Palavriadores – Feira de Santana (Palavriando).

*Programação*
O espetáculo Maré – Águas de mim é uma produção da Escola de Dança da Fundação Cultural da Bahia, com direção de Guilherme Hunder (teatro) e Márcio Fidelis (dança), que traz aproximadamente 200 crianças e adolescentes em cena. Maré tem a dança como linguagem principal, mas é permeado por narrativas épicas, brechtiana.

O espetáculo faz um recorte acerca da formação de nossa identidade de brasileiros, principalmente, baiano, da nossa relação com o mar. A montagem é dividido em três atos: Maré Viva – que fala das manifestações populares afrodiaspóricas; Maré Alta – que aborda a parte religiosa baiana que foi influenciada pelas culturas Africana e Ibérica; e Maré Revolta – que aborda o poder da arte.

A 3ª edição do Festival Estudantil de Artes Cênicas convidou ainda dois espetáculos produzidos por estudantes do curso de direção teatral da Escola de Teatro da UFBA: Eudemônia, com direção de Letícia Bianchi, a ser apresentado no dia 08 de dezembro, no Teatro Sesc Senac Pelourinho, às 19h30; e a performance Maria – Um rito para a minha avó, com direção e atuação de Leandro Santolli, em cartaz no dia 07 de dezembro, às 20h, no Teatro Martim Gonçalves.

Outro convidado é a performance itinerante Infestação, com os integrantes do GPDC-3 UFBA/CNPq, coordenado pela professora e coreógrafa Lela Queiroz, no dia 07 de dezembro, que iniciará na área externa da Escola de Teatro da UFBA (ETUFBA), no Canela. A performance andará pelas ruas em torno e voltará a ETUFBA, onde será projetado no foyer do Teatro Martim Gonçalves registros por onde já circulou, nos dias 07 e 08 de dezembro.

Um dos espetáculos do interior que destacamos é Silêncio (autoacusação), do Grupo Teatral Apodío, de Vitória da Conquista. Repleta de expressões artísticas, além do teatro, como a dança e a música, a montagem instiga a plateia e se apropria desse quesito como forma de identidade. Silencio é inspirado nos textos de Peter Handke e traz consigo a ideia original do mergulho nas aguerridas provocações humanas. A montagem participa também do 3° Festival de Teatro do Interior da Bahia.

*Centenário*
Em parceria com o Museu de Arte da Bahia, que está comemorando em 2018 o seu centenário, a 3ª edição do Festival Estudantil de Artes Cênicas (FESTAC) é coprodutora da temporada do espetáculo A Rede, memórias compartilhadas, do Grupo Junto e Misturado. A performance é ambientada em um futuro onde as redes sociais provocaram um colapso entre as potências mundiais, levando a humanidade a miséria e destruição.

O espetáculo estreou no dia 23 de novembro e fica em cartaz até o dia 09 de dezembro (23, 24, 25 e 30 de novembro; 01, 02, 07, 08, 09 de dezembro), no Laboratório de Experimentações Cênicas, do MAB (Corredor da Vitória). Este é a única montagem do FESTAC em que os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).

_*Confira abaixo a programação completa do FESTAC – 3ª edição:*_

*Teatro Castro Alves*
· Maré – Águas de Mim
Escola de Dança da Fundação Cultural da Bahia – direção de Guilherme Hunder e Márcio Fidélis
Datas: 01 de dezembro, às 19h

*Teatro Martim Gonçalves*
· O Barão nas árvores – com Marcos Lopes
Coletivo DUO
Data: 03 de dezembro, às 19h

· Em Ponta de Faca
Reforma Cia. de Dança
04 e 05 de dezembro, às 20h

· EDU E CAÇÃO – A Lenda das Cabeças Quadradas
Cia Municipal de Teatro Amador de Lauro de Freitas
05 de dezembro, às 17h

· Amarelo Ouro Mi Maió
Cia da Mata
06 de dezembro, às 17h

· NANQUIM (dança)
Coreografia: Luana Fulô
06 de dezembro, às 20h

· Silêncio (autoacusação)
Grupo Apodío
08 de dezembro, às 19h

· Heroínas Negras Brasileiras
Escola Estadual Almirante Barroso – direção Naidi Oliveira
07 de dezembro, às 17h

· Maria – Um rito para a minha avó
Direção: Leandro Santolli
07 de dezembro, às 20h

· Palavriando
Coletivo Palavriadores – Feira de Santana
09 de dezembro, às 19h

*Teatro Gamboa Nova*
· Não me Fale de Fraquezas
Direção: Simuma Simone e Junior Brito
05 e 06 de dezembro, às 19h

· Império das Sombras
Grupo Por Acaso
07 e 08 de dezembro, às 19h

*Centro Cultural Plataforma:*
· Heroínas Negras Brasileiras
Escola Estadual Almirante Barroso – direção Naidi Oliveira
06 de dezembro, às 18h

· Amarelo Ouro Mi Maió
Cia da Mata
07 de dezembro, às 18h

*Campo Grande / Passeio Público*
· Papel em Braco – com Ricardo Boa Sorte (Performance)
07 de dezembro, às 16h

*Laboratório de Experimentação Estética do Museu de Arte da Bahia*
· A REDE – Memórias compartilhadas
Cia. Junto e Misturado
30 de Novembro e 01, 02, 07, 08, 09 de dezembro, às 20h
Ingresso: $10 inteira $5 meia

*Teatro Sesc Senac Pelourinho*
· Joanina – A santinha sertaneza
Grupo Canteiro de Teatro
08 e 09 de dezembro, às 17h

· EUDEMÔNIA
COOXIA Coletivo Teatral
08 de dezembro, às 19:30h

*Foyer do Teatro Martim Gonçalves*
· Infestação – com Lela Queiroz
07 de dezembro – itinerância das 15h às 18h, depois Foyer do TMG para exibição de projeção de circulação da performance
08 de dezembro, às 18h, exibição de vídeo

Sobre Uran Rodrigues 10198 Artigos
Uran Rodrigues é um influente agitador cultural, promoter e idealizador do famoso baile O Pente (@opente_festa), além do projeto Sinta a Luz (@sinta.a.luz). Com uma carreira dedicada à promoção da diversidade cultural e artística, Uran conecta pessoas por meio de eventos que celebram a arte, a moda e a cultura preta. Seu trabalho busca não apenas entreter, mas também valorizar e dar visibilidade às potências culturais de Salvador e de outros estados do Brasil.