A estilista baiana, nascida na cidade de Santo Amaro da Purificação no Recôncavo Baiano,Carol Barreto celebra o final de um processo de compartilhamento de saberes e fazeres criativos no Curso de Criação em Moda Afrobrasileiros.
Os encontros potentes, ocorridos no mês de março de 2021, resultaram numa coleção confeccionada pelas estudantes, que culminam no lançamento do livro fisico e digital intitulado: “Coleção Colaborativa Modativismo: uma experiência de ensino-aprendizagem em moda afro-brasileira”, com autoria de 24 pessoas oriundas de Salvador e travessias do recôncavo baiano.
O livro-documental tem a autoria e organização de Carol e contém textos de Juci Reis, David Santos e Carla Calixto, com design gráfico de Zulmira Correia e fotografias assinadas por Roque Boa Morte, retratando as criações das 17 mulheres negras soteropolitanas, selecionadas para integrar a formação.
O livro digital já está disponível no LINK para apreciação, lembrando que o curso de Criação em Moda Afrobrasileira para a construção da coleção colaborativa Modativismo, aconteceu sob coordenação da Designer de Moda Autoral e Professora do Departamento de Estudos de Gênero e Feminismo da Universidade Federal da Bahia, Carol Barreto.
O curso visou promover ações formativas gratuitas, cujos temas abordados foram relacionados com moda, raça, gênero e suas interseccionalidades, tendo como público-alvo exclusivamente mulheres negras residentes em Salvador – BA, artistas do campo do design de moda.
A coleção colaborativa Modativismo, tem a sua estrutura metodológica centrada na relação de aprendizagem orgânica, com inspiração no conceito modativista aplicado na Coleção Asè, que foi criada pela artista no ano de 2016, para o Angola International Fashion Show em Luanda, a partir de objetos cotidianos artesanais característicos das casas de mulheres pretas no nordeste do Brasil.
A partir dessa metodologia, respeitando os limites impostos pelo contexto da pandemia do Covid, as estudantes revisitaram seus lares e os acervos de suas familiares, para criar conceitual e materialmente essas peças, que, vestidas por integrantes da família das pessoas organizadoras do projeto – por conta das regras de segurança sanitária e de uma tentativa de desconstrução da lógica de ‘modelo padrão’ – foram clicadas sob o olhar do fotógrafo santoamarense Roque Boa Morte.
O projeto foi contemplado no Prêmio Anselmo Serrat de Linguagens Artísticas, da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura Municipal de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos oriundos da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal.