Com Diane Lima e Paulo Nazareth e mediação de Thiago de Paula Souza, Negros na Piscina terá noite de lançamento no Sesc Pompeia em São Paulo nessa terça, dia 09 de abril.
Com entrada gratuita com retirada de ingresso com 1 hora de antecedência, o encontro contará com tradução em Libras a partir das 20h.
Organizado pela curadora, escritora e pesquisadora Diane Lima, Negros na piscina: arte contemporânea, curadoria e educação é uma publicação que documenta o momento histórico do debate racial na arte brasileira ao longo dos últimos dez anos.
A partir de contribuições ou aproximações acerca do pensamento curatorial, conta com mais de trinta vozes que, ao unir teoria e prática, antecipam estratégias e narram os desafios de produzir cultura no país.
O livro é composto de textos inéditos, conversas, análises de práticas artísticas e projetos expositivos que, acompanhados de uma série de imagens, confrontam e interseccionam os discursos sobre raça, arte, educação e estrutura institucional.
O trabalho de Diane Lima como organizadora é, em grande parte, uma arqueologia profunda que reflete o momento-chave de reivindicações em relação às ausências e presenças de artistas e curadores negros e indígenas nos espaços institucionais de arte.
Com título inspirado em uma obra do artista Paulo Nazareth, Lima, em sua introdução, apresenta os múltiplos significados que “negros na piscina” produz, sentidos estes que, carregados de ironia, expõem as contradições e tensões que estão por trás de uma aparente representação festiva.
Questionando o que imaginamos quando ouvimos “negros na piscina”, as relações entre representação, produção de valor e visibilidade, o livro reúne as mais variadas estratégias de solidariedade, recusa, autodefesa e negociação, que vêm sendo construídas entre gerações.
Ao fazê-lo, oferece subsídios importantes para compreender aquilo que se considera “poéticas de exibição do outro” (e seu vasto histórico antropológico) e “poéticas de exibição do nós”. Na busca por fugir de qualquer desejo enciclopédico e da homogeneidade das categorias raciais, os textos deixam uma rica contribuição sobre uma multiplicidade de práticas curatoriais e formas de narrar que se complementam, se chocam e se sobrepõem a cada nova leitura.
Por ser um livro que só existe porque antes existiu como performance coletiva, carregado da contradição absoluta do problema da representação, Negros na piscina é necessário, atual e urgente. Provocativo, abre caminhos para um futuro generativo e plural. Negros na piscina pode ser lido, então, como uma performance de uma performance, ou mesmo por sua beleza terrível.
FICHA TÉCNICA
Negros na piscina: arte contemporânea, curadoria e educação
Autor: vários autores
Organização e prefácio: Diane Lima
Capa: Namibia Chroma
Imagem de capa: Paulo Nazareth
Formato: 18 x 25 cm
Número de páginas: 336
ISBN: 978-65-84568-82-2
Preço: R$ 169,90
Editora: Fósforo
SOBRE A ORGANIZADORA
DIANE LIMA
Nasceu em 1986, em Mundo Novo, Bahia. É curadora, pesquisadora, escritora e uma das principais vozes do feminismo negro na arte contemporânea brasileira. Em 2023, foi uma das curadoras da 35a Bienal de São Paulo — coreografias do impossível e em 2021 foi premiada com o Ford Foundation Global Fellowship. Com uma trajetória pioneira, Lima organizou e colaborou com uma série de exposições e projetos que desafiam o sistema da arte, as práticas institucionais e curatoriais. Mestra em comunicação e semiótica pela PUC-SP, suas palestras e textos têm ressoado em diversas instituições e publicações internacionais.
Foto Wallace Domingues