A seiva é a metáfora da força criadora que irriga, nutre e favorece o desenvolvimento de organismos vivos – cidades, inclusive. Este líquido presente nas plantas vasculares inspirou a Somauma na criação do movimento Seiva e Cidade, cuja ideia é conectar a recuperação de prédios vazios ou subutilizados a uma legítima revitalização social, uma forma de nutrir a comunidade, estimular a diversidade, a interação e o pulso social que define verdadeiramente uma cidade viva.
Seiva e Cidade é uma série de ativações e ocupações criativas que trarão arte, design e reflexões sobre a vida urbana para o Centro Histórico de São Paulo, uma região de beleza singular, porém ainda não totalmente integrada aos anseios da cidade.
Situado numa das regiões de maior relevância histórica e arquietetônica de São Paulo, o Edifício Misericórdia foi o local escolhido pela Somauma para abrigar o projeto Seiva e Cidade.
Até o dia 28 de abril o prédio recebe visitantes para visitação imersiva de muita arte, design, cultura e entretenimento espalhados pelos seus nove andares.
Um dos destaques da mostra é sem dúvida o trabalho curatorial do Felipe Morozini no projeto Miséricodia e Algazarra trazendo obras de artistas que revisitam o feito do primeiro arquiteto negro da história do Brasil, o Tebas.
O ponto de referência era o Chafariz da Misericórdia, o primeiro sistema de abastecimento gratuito de São Paulo. Ficava em frente à igreja e era espaço de encontro, especialmente de pessoas escravizadas incumbidas de buscar água para seus senhores – posteriormente demolido devido à “algazarra” que causava.
O chafariz é de autoria de Joaquim Pinto de Oliveira, o Tebas. Escravizado até os 58 anos de idade, o arquiteto executou obras emblemáticas do Brasil Colonial e se consolidou como um dos maiores arquitetos brasileiros do século 18. Essa história invisibilizada é recuperada na instalação de Morozini.
Outra curiosidade sobre o lugar, recuperada na pesquisa de Morozini, é o fato de o Largo ter esse nome graças à Igreja da Misericórdia, construída no século 16 e demolida no século 19 para dar espaço a um quiosque que, décadas mais tarde, também viria abaixo.
O Edifício Misericórdia foi construído em 1977 e considerado um dos últimos grandes edifícios do Centro Histórico, no local antes ocupado por um palacete.
O edifício fica pertinho do CCBB e Casa de Francisca, a cinco minutos da estação São Bento do metrô.
Lá podem ser vistas obras de artistas como Luccas Morais, Paulo Biacchi, Elvira Freitas Lira, Felipe Barroso, Renata Moura, Mimura Rodríguez, Rosa e muitos outros nomes da nova geração.
ROTEIRO
9º andar | Exposição Misericórdia e Algazarra, curadoria Felipe Morozini
8º andar | Exposição Misericórdia e Algazarra, curadoria Felipe Morozini
7º andar | Arcoverde to the moon, por Elvira Freitas Lira
6º andar | Vilanismo
5º andar | Porto.co | 60 em 5 por Paulo Biacchi | Galeria Escada
FUNCIONAMENTO
6 a 28 de abril de 2024
Sexta a domingo, das 12h às 20h
ENDEREÇO
Edifício Misericórdia
Largo da Misericórdia, 20
Centro Histórico de São Paulo
Informações através do e-mail [email protected] e aproveite para seguir @seivaecidade