Carinha conhecida do público pelas campanhas publicitarias e pelo papel de Afonso no musical “Éramos Gays”, Felipe Velozo, soteropolitano de 29 anos e 7 anos de carreira, vem conquistando o Brasil com suas atuações e aparições constantes na telinha e nos principais palcos do país.
Minissérie Segredos Médicos do Multishow, participação no folhetim Malhação da Rede Globo e mais nove espetáculos no currículo, dão a Felipe, bagagem para viver quaisquer personagens da ficção. Morando no Rio de janeiro desde março desse ano, devido as gravações da novela Velho Chico, o ator esteve recentemente em Salvador para rever amigos e familiares, tendo reservado um instante para para bater um papo com o Site UR e contar um pouco da sua trajetória e nos relatar as novidades que estão por vir.
SiteUR: Como tudo começou?
Felipe Velozo: Pouca gente sabe , mas minha formação acadêmica é Direito. Tudo começou quando me dei conta do que o judiciário brasileiro é e do quanto eu seria frustrado levando aquela vida. Já tinha arte borbulhando dentro de mim desde sempre. Fiz teatro quando criança, na igreja que minha família congregava, mas nada com objetivo profissional e sim por ser um menino desinibido, ou podemos chamar de “cara de pau”. rs. Porém, foi na música, durante a adolescência, que me encantei com a magia dos palcos, das plateias e da vida artística. Cansado da chatice na vida jurídica, busquei fazer algo que juntasse a minha realização pessoal e profissional. É assim que surge o teatro pra mim. A primeira vez que entrei num teatro, foi pra estudar teatro. Mal sabia onde estava me metendo…Nunca mais saí. Rs.
SiteUR: Sair da Bahia foi importante para seu crescimento como profissional?
Felipe Velozo: Muito! Com 2 meses de curso de teatro, eu me lembro que fui fazer um teste em São Paulo. Não sabia absolutamente nada. Não era nem “verde”, era “Verde – Cana”. Rs. Mas foi ótimo, pois antes de dar primeiros passos, conheci um mundo e um mercado mais consistente pra profissão. O que me alimentou de esperança, sonhos e vontade de seguir. Sabia que voltaria. 4 anos depois, estava de volta e dessa vez pra ficar. Conheci pessoas que vivem exclusivamente do trabalho de ator, vi um consumo de teatro que não conhecia, descobri que se fazia TV de boa qualidade fora das grandes emissoras, tive contato com novas linguagens, formas e ideias sobre o fazer artístico. Isso me enriqueceu demais.
SiteUR: Teatro X TV: Onde está a sua paixão, ou o seu encantamento?
Felipe Velozo: O que me encanta é o exercício. Mesmo! Estar em cena. Mas, o teatro é incomparável. É pleno, vivo, ao vivo e o ator é o regente daquele ritual. Por mais que se ensaie, tenha luz, cenário, figurino, depois do terceiro sinal, está na nossa mão. Isso traz uma sensação louca e inexplicável. A respiração da plateia, o suspiro, o silêncio e o aplauso. Ha o aplauso! O que não empobrece o trabalho na TV. Mesmo com pouquíssima experiência, sinto que são nunces diferentes mas tão importantes quanto. A demanda de texto, o formato e velocidade industrial de produzir,a carga horária de trabalho. Transparecer e manter ações e sentimentos diante de um olhar tão sensível quanto é o da câmera, é muito difícil. Esse papo de que fazer TV é mais fácil é lenda. É diferente, mas fácil não é mesmo.
SiteUR: Atores que contracenou e sempre sonhou com essa troca?
Felipe Velozo: Tenho referências que carrego no peito. Sou um sortudo por ter na minha caminhada pessoas como Ramón Reverendo (meu primeiro diretor), Gideon Rosa (meu eterno mestre) e Fernando Guerreiro ( meu exemplo e incentivador). Tive a honra e o privilégio de dividir o palco com potências como Narcival Rubens, Carlos Betão, Joana Schinitman e Sylvia Prado. Trabalhar com Claudio Jaborandy ( delegado Germano de Velho Chico) tem sido outro grande prazer. Um ícone do nosso cinema que sempre admirei. Irandhir Santos ( o Bento de Velho Chico ), sem palavras. Uma das minhas referências como artista. Único, dentro e fora de cena, nossos papos sempre foram combustível. Mas, conhecer e conversar com Seu Carlos Vereza (o Padre Benício de Velho Chico) tem sido inexplicável. Uma generosidade, uma leveza. No começo eu não sabia nem o que dizer, pra onde olhar, essas coisas. Rs.
SiteUR: Qual o “papel” perfeito?
Felipe Velozo: Todos que me tirem do eixo. Que exijam de mim. Zona de conforto eu quero distância. “O corpo que não vibra é um esqueleto que se arrasta“, quando olho minha caminhada, fico feliz. Tenho orgulho dos muitos que já fui, principalmente quando lembro de “Max Overseas” no “Musical Ópera do Malandro”, batendo o recorde de público do Sesc Casa do Comércio em Salvador nos anos de 2011 e 2012, o revolucionário “Manoel Faustino” na remontagem do espetáculo “Búzios, a Conspiração dos Alfaiates”, com uma média de 4 mil pessoas por dia, na concha acústica do Teatro Castro Alves(2011) e Afonso em “Éramos Gays”, da escritora baiana Aninha Franco, que contou com 3 indicações ao prêmio Braskem de Teatro em 2013. São Paulo também me rendeu bons personagens com as óperas “Lá Bohème” (2013) e “Carmen” (2014) e mais recentemente no elenco do Teat(r)o Oficina (2015 / 2016), no espetáculo “Mistérios Gozósos”, sob a direção de Zé Celso, foram todos personagens sensacionais e cheios de aprendizagem.
SiteUR: Em cena com o personagem de um policial, seu primeiro personagem em um horário nobre. O que podemos esperar de Velho Chico?
Felipe Velozo: Em bom e claro baianês, eu acredito que “O côro vai comer”! rs. A Novela se encaminha pra última parte e daqui pra frente a trama só esquenta. A briga das Famílias “de Sá Ribeiro” e “dos Anjos” vai se acirrando, os mistérios sendo revelados, e por aí vai. Espero que tenha muita “ocorrência” pra Polícia resolver. Rs. Aguardem!
*