Em um tempo distópico, o *Cooxia Coletivo Teatral* encena um novo espetáculo *O Jabuti e A Sabedoria do Mundo*, infantojuvenil dirigido por Guilherme Hunder que estreia no dia *02 de novembro e fica em cartaz no Teatro Sesi do Rio Vermelho até 24 do mesmo mês, sábados e domingos, às 16h*.
Na história, um quinteto de jabutis-griôs, brasileiros, reúnem-se aos fins de tarde para contar histórias de África, histórias donalem mar que reafirmam e legitimam o passado, para que assim se possa viver e acontecer o presente e o futuro.
“Somos filhos de além mar, somos filhos da diáspora!. _O Jabuti e A Sabedoria do Mundo_ pretende promover este legado encantado vindo de África, o legado ancestral, a Sabedoria oral. Na sombra do pé de Irôko, da árvore sagrada, sábios jabutis espalham fragmentos de sabedoria. As lendas contadas por elas são todas histórias passadas de geração em geração, vividas por seus antepassados em um tempo antes do nosso, um tempo ancestral”, descreve Hunder, diretor do espetáculo.
Esse quinteto de Jabutis retoma a tradição griô, sábios africanos contadores de histórias, para narrar três fábulas: _Ossain e o Poder das Ervas_, _O Jabuti e a Sabedoria do Mundo_ e _O Caçador Serpente_, ambas de tradição da nigeriana, país da costa Oeste da África. A construção dramatúrgica, direcionado pelo encenador, foi baseada em contos dos livros _O Amuleto Perdido e Outras Lendas Africanas de Magdalene Sacranie, Tem Oba-oba no Baobá de Cláudia Lins, O Jabuti e a Sabedoria do Mundo de Vilma Maria, e As Aventuras de Torty, a Tartaruga de Sunny.
No palco, Genário Neto, Igor Nascimento, Johsi Varjão, Larissa Libório e Nitorê Akadã se revezam interpretando os jabutis griôs, contadores de histórias e as personagens dessas mágicas e engenhosas histórias – avô, avó, bisavô e tataravô, feiticeira, caçador serpente, orixás. Os jabutis refletem características e ações humanas. As histórias contadas nos deixam uma reflexão quanto a nossa conduta e o nosso comportamento em sociedade. Sidnaldo Lopes integra também o elenco do espetáculo, como stand in.
“A encenação pretende unir ancestralidade e contemporaneidade a fim de acessar o universo da meninada. Para isso, somamos jogos tradicionais africanos, deuses do Panteão Africano, atabaques, agogôs, games, internet, tecnologia e… ALAFIA! Nosso espetáculo pretende provocar os pequenos espectadores acerca da importância da preservação da memória, da tradição oral africana e de como mantê-las vivas cotidianamente. Abrimos o leque para discussões que tangem a construção da nossa identidade negra e temas como racismo e intolerância religiosa”, explica Hunder.
O conceito de distopia do espetáculo estará presente na iluminação de Alisson de Sá, que utilizará recursos alternativos para além dos refletores da caixa cênica. Com trilha executada “ao vivo”, o espetáculo reúne canções originais de Ray Gouveia e Felipe Pires, este último assina a direção musical, que reúne sons tradicionais e ritualísticos ao Hip-hop, música eletrônica e rock.
Apesar de serem jabutis, as personagens não serão animalizadas, conceito poético proposto para o figurino. “O figurino terá uma estrutura de colagem, sobreposição. Traremos signos do Jabuti por meio da roupa, uma delas é uma mochila – o casco -, um repositório que guarda elementos de cena e acumula a Sabedoria do Mundo”, antecipa Hunder. Já o cenário assinado por Zuarte Júnior, trará uma grande árvore, onde serão vividas e contadas as histórias ancestrais.
Serviço
O QUE: O Jabuti e a Sabedoria do Mundo – com direção de Guilherme Hunder
QUANDO: 02 a 24 de novembro, sábados e domingos, às 16h
ONDE: Teatro Sesi Rio Vermelho, Salvador
QUANTO:R$30 (inteira) e R$15 (meia) –
ONDE COMPRAR: Sympla