Casas artísticas de Salvador realizam circuito de programação cultural

Burcas, de Lene Nascimento

O verão pode ser também um espaço de unir arte, cultura e debate sobre feminismo. É o que propõe a 2ª edição do Circuito CASAS Alternativas de Salvador, que integra cinco casas artísticas do Centro de Salvador e traz uma intensa programação de oficinas, performances, rodas de conversas e palestras.

A iniciativa acontecerá nos dias 10, 11 e 12 de janeiro, sexta a domingo, na Casa Rosada Barris, Casa Charriot, Casa Preta, PachaMãe LatinoAmerica, Casa d’A Outra e Coletivo Ponto Art. Esse projeto foi contemplado pelo Edital Arte Todo Dia – Ano V, da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura de Salvador.

A CASAS – Casas Artísticas de Salvador nasceu em 2018 do encontro de 05 casas: Casa Rosada, Casa Pachamãe, Casa Preta e Casa Charriot, com a mediação e apoio do Coletivo PontoArt. Na 1a edição, integraram-se a Casa D’A Outra, Casarão Barabadá, CAS – Casa de Artes Sustentáveis e Sopro da Sereia. A iniciativa da 2a edição visa fortalecer a produção artística de mulheres, criando uma rede de colaboração através do diálogo e da troca entre casas e realizadoras, de diferentes linguagens artísticas, bem como práticas terapêuticas, ligadas ao autocuidado e autoconhecimento.

O tema “Construções Feministas: discutindo estratégias de transformação cultural”, foca no fortalecimento da produção artística-cultural feita por mulheres. De acordo com Jack Elesbão, bailarina, coreógrafa e integrante do Coletivo PontoArt, um dos grupos idealizadores do projeto, “por feminismo entendemos movimento de mulheres contra todas as formas de opressão, para garantir o direito de todos, igualdade de direitos e respeito às diferenças, para assim viver de forma menos opressora e mais saudável”.

O projeto quer contribuir para que as produções de mais mulheres sejam visíveis, assim como suas pautas. “Novas questões estão latentes: formação; acolhimento de mães; discutir jornada dupla de trabalho; ter espaços seguros para falar sobre inseguranças, empoderamentos, violências” acrescenta Nai Menezes, uma das coordenadoras do Coletivo PontoArt.

Mallu Silva

CASAS – As casas alternativas são espaços vitais da cena cultural de Salvador, especialmente no Centro da Cidade, reunindo artistas independentes, que têm nesses espaços as condições de produzir arte, atividades culturais, mas também criar novas condições de produção e pensamento. Pautas como acolhimento e condições para que mães artistas e produtoras possam criar, empoderar-se e resistir fazem parte desses espaços, que através do afeto e da arte e cultura reconfiguram as noções de feminino, de sororidade e de parceria com companheiros.

Eu vejo você – Dança do orixá para não dançarinas, com Fabiola Nansurê

Criada em 2013, a Casa d’A Outra é o espaço-sede do grupo soteropolitano A Outra Companhia de Teatro, com 15 anos de trabalhos contínuos nas artes cênicas. Localizada na Rua Politeama de Cima, no 114, Ed. Centro Comercial Polietama, 1o andar, no bairro do Politeama – Centro de Salvador, a Casa está imersa numa região que já fora de intensa efervescência cultural.

A Casa Charriot é um prédio de sete andares localizado no bairro do Comércio (Salvador – BA). Um espaço habitado por relações ARTÍSTICO – AFETIVAS. Essa junção de pessoas é o Coletivo “Nós Charriot”, formado pelos amigos e artistas Jai Bispo, Jorge Oliveira, Maju Passos, Márcio Nonato e Solon Diego, de diferentes áreas (dança, teatro, produção, performance, fotografia, audiovisual, moda), que vem desenvolvendo ações nesse espaço desde fevereiro de 2017 até hoje. Outros artistas residentes comoVivi Jacó, Jack Elesbão e Nai Meneses passaram a integrar esse corpo.

O Coletivo PachaMãe desde 2016, ano em que nasce e começa a se desenvolver efetivamente o projeto, realiza algumas ações: intervenções artístico-culturais, tanto na UFBA quanto em alguns espaços culturais de Salvador. Com uma casa localizada na Comunidade da Av. da Constelação no Monte Serrat, Cidade Baixa, tem uma bela vista pra Baía de Todos os Santos, constando com dois andares e um terraço que estão interligados. A casa promove diversas atividades de arte educação para possibilitar o conhecimento e intercambio cultural Latino Americana.

A Casa Rosada é um novo espaço cultural alternativo e autogerido contra todas as formas de opressão e busca garantir o direito de todas, na luta para a igualdade e transformação da lógica de mundo, respeitando as diferenças. Desde 2018 o espaço conta com uma programação extensa e completa que vai desde eventos das mais variadas linguagens (Dança, Música, Teatro, Cinema, Literatura, etc), em diversos formatos (de bazar a espetáculo), para os mais diferentes públicos; aulas e oficinas de capoeira, yoga, diferentes estilos de dança, etc. Além de servir de ponto de encontro de artistas, produtores e gestores, acolhendo encontros e reuniões como o Fórum das Artes e do Movimento Cultura Bahia. Busca-se construir através de atividades artísticas, formativas e ativistas que contemplem a comunidade – crianças, adultos e idosos.

A Casa Preta Espaço de Cultura, desde 2009 em atividade continuada, é construída, hoje, por 17 pessoas que gerem oito iniciativas compostas por atividades como construção, aluguel, empréstimo e guarda de materiais cenográficos, de sonorização e iluminação, estúdio de áudio, gestão de quatro espaços cênicos de pequeno porte (Quintal, Teatro de Janela, Espaço Terraço e Sala Ivana Chastinet), sede de dois grupos artísticos que promovem uma variedade de projetos artísticos e socioculturais tais como peças de teatro, shows, concursos, publicações, oficinas formativas, exposições e performances, 1 biblioteca comunitária, 1 curso profissionalizante de teatro para jovens de 16 a 22 anos e 1 organização de cunho político que visa debater o tema das drogas a partir da perspectiva do racismo.

Programação

Casa D’A Outra

Dia 10 de janeiro – Sexta-feira
Oficina de Fotografia: (Oficina Nós Mesmas – Retratando a Autoestima)
Horário: Das 13 às 17hs
Valor: 30.00 (trinta reais)
Professoras: Rebeca Ribas e Sandra Travassos

Espetáculo teatral: A Reza
Horário: 20hs
Valor: 20 e 10
Direção: Juliana Roiz
Atuação: Andréia Fábia

Dia 11 de janeiro – Sábado
Performance: Burcas
Horário: 19hs
Valor: 20 e 10 reais
Direção: Lene Nascimento
Atuação: Lene Nascimento

Casa Charriot

Dia 10 de janeiro – sexta-feira
Performance : Boneca
Horário:20h
Valor: R$ 10
Artista: Abigail Nunes

Performance: Makumba dy Kuka
Horário:20h30
Valor: R$ 10
Artista: Kukua Dada

Dia 11 de janeiro, Sábado
Oficina: Pagode Baiano
Horário: 17h
Valor: R$ 10
Professoras: Grupo Bote fé

Filme, seguido de versos e poesias: EM´IM ME LEIO
Horário: 21h
Valor: R$ 10
Produção: JuntAs (GIRA POMBA PRODUÇÕES)
Contato: Marise Urbano e Malayca

Casa Pachamãe

Dia 10 de janeiro – Sexta – Almoço CASAS
Oficina: Ayurveda e Autoamor Mulheres
Horário: 12h
Ingresso: R$10 (Meia) R$20 (Inteira)
Mediadora: Caroline Reis

Oficina: Movimento dos Baobás – Tecnica Acogny
Horário: 16h
Ingresso: R$10 (Meia) R$20 (Inteira)
Mediadora: Roberta Roldão

Dia 11 de janeiro – Sábado
Ação: Círculo de Mulheres (Terapia)
Horário: 14h
Ingresso: R$ 30 | R$15 (vizinhos da comunidade)
Mediadora: Lia Vasconcelos
Sambada de Coco de Mulheres
Horário: 18h às 20h30
Ingresso: R$10 (Meia) R$20 (Inteira)
Mediadoras: Thalita Batuk

Dia 12 de janeiro – Domingo
Oficina de teatro: Monstras, monstrinhos e monstrouoses: criações e invenções de si.
Horário: 9h às 12h
Ingresso: R$10 (Meia) R$20 (Inteira)
Mediadora: Maria Tuti Luisão

Oficina: Teatro brincantes
Horário: 15h às 18h
Ingresso: R$10 (Meia) R$20 (Inteira)
Mediadora: Graça Meurray

Casa Preta

Dia 10 de janeiro – Sexta
Espetáculo: Dobra
Horário: 19h
Ingresso: R$20 (inteira) R$10 (meia)
Dançarina: Ana Brandão

Show Viviane Pitaya
Horário: 20h
Ingressos: R$10(inteira) R$5 (meia)
Artista: Viviane Pitaya

Dia 11 de janeiro – Sábado
Performance-Imersão Clitorínea Deusa do Prazer
Horário: 18h
Ingressos: 22 (inteira) 11 (meia)
Artista: Violeta Samo

Performance: Corpus Mundi
Horário: 20h
Ingressos: R$10(inteira)
Artista: Bárbara Carvalho

Oficina: Eu vejo você – Dança do orixá para não dançarinas.
Horário: 13h
Ingressos: R$30,00(inscrição)
Professora: Fabíola Nansurê

Dia 12 de janeiro – Domingo
Performance de 5 mulheres negras
Horário: 19h
Ingressos: R$15 (inteira) R$7,50 (meia)
Dançarinas: Grupo Encontro com o Corpo, conduzido por Leda Maria Ornellas

Cena: Entre tantas outras, nós
Horário: 18h
Ingressos: R$10(inteira) R$5 (meia)
Artistas:

Casa Rosada

Dia 10 de janeiro – Sexta
Oficina: Estética Afro-Brasileira ontem e hoje!
Horário: 9 às 13h
Valor: R$20 (e ganha um turbante)
Oficineiras: Instituto Cultural Yabás do nosso tempo

Oficina: Mulheres Fazem: Oficina de Leitura de Escritoras Baianas Contemporâneas
Horário: 10 às 12:30
Valor: R$8/ R$4
Oficineiras: Oxe: Literatura Baiana Contemporânea

Oficina: Tambora Ayó
Horário: 15 às 17h
Valor: R$25
Professora: Monica Millet

Documentário: Mulheres da pá virada: histórias e trajetórias na capoeira $contribuição consciente
Horário: 19 às 21:30
Valor: Colaboração Consciente
Produção: Marias Felipas

Dia 11 de janeiro – Sábado
Exposição e Desfile: Vai ter Gorda
Horário: 13h às 16h
Valor: 1 kg alimento ou 1 lata de leite em pó
Produção: Adriana Santos e Vai ter Gorda!

Poket Show Jann Souza + Dj Larriel
Horário: 16h às 20h
Show às 16h e DJ inicia as 18h
Entrada: R$10
Artistas: Jann Souza e DJ Larriel

Dia 12 de janeiro – Domingo
Oficina: Ayurveda e Auto-Amor mulheres
Horário: 10 às 12h
Valor: R$30
Oficineira: Caroline Silva dos Reis

Almoço e Roda de Partilha sobre perda gestacional, violência obstétrica e os silêncios que acontecem nos processos de abortos
Horário: 13 às 15
Valor: Gratuito
Produção: Coletivo Flor de Jasmin

Espetáculo: Bastidores
Horário: 18 às 19h
Ingresso: R$20 (inteira) R$10 (meia)
Artista circense: Luana Serrat

Sobre Uran Rodrigues 10199 Artigos
Uran Rodrigues é um influente agitador cultural, promoter e idealizador do famoso baile O Pente (@opente_festa), além do projeto Sinta a Luz (@sinta.a.luz). Com uma carreira dedicada à promoção da diversidade cultural e artística, Uran conecta pessoas por meio de eventos que celebram a arte, a moda e a cultura preta. Seu trabalho busca não apenas entreter, mas também valorizar e dar visibilidade às potências culturais de Salvador e de outros estados do Brasil.