O timbre de guitarra do solo que abre “Alô, alô, marciano” – primeira faixa do álbum “Te adorando pelo avesso”, que Illy lança hoje através do selo Alá em parceria com a Altafonte – já mostra que um som autêntico e impactante está por vir. O mesmo acontece ao dar play na segunda faixa, uma versão ultra moderna de “Como nossos pais” em ska, com componentes eletrônicos e uma divisão de cair o queixo.
Desde que anunciou o projeto, a cantora Illy já avisava que não faria mais do mesmo. De fato, ela ousou. Se uniu aos músicos Gabriel Loddo e Guilherme Lirio e juntos produziram um disco diferente de tudo que já se ouviu em tributos dedicados à Elis Regina. Na capa, uma alusão ao álbum “Elis – 1973”, só que com Illy virada de ponta-cabeça.
Os arranjos deram outra cara às canções. “Na Baixa do Sapateiro” virou rock pesado, guiado por um berimbau. “Trem azul” ganhou ares futuristas, com referência em Connan Mockasin. “Fascinação” ficou dançante e teve células do funk melody, “Querelas do Brasil” se tornou um samba-reggae. Tudo isso guiado pela voz doce, bonita e marcante da cantora Illy.
Foto de Julia Pavin