“A Morte Branca do Feiticeiro Negro” ganha como melhor filme do Festival Griot

 Neste sábado (19) o Griot – III Festival de Cinema Negro Contemporâneo anunciou os vencedores da Mostra Competitiva e encerrou o evento com o longa documentário “Chico Rei Entre Nós”, de Joyce Prado.

Durante nove dias foram exibidos 48 filmes, debates, oficinas, laboratório de desenvolvimento de roteiros, masterclasses, tudo transmitido gratuitamente para todo o Brasil pela plataforma Todesplay. O grande vencedor da noite foi o filme do diretor Rodrigo Ribeiro, “A Morte Branca do Feiticeiro Negro”.

Assim como o sentido desse Festival, o melhor filme do Griot 2020 trabalha a perspectiva do negro, no caso, de um escravizado chamado Timóteo que escreveu uma carta de suicídio no tempo do Brasil Colônia. O relato desta obra revela a melancolia do personagem diante da existência da qual vivia e desejava libertar-se pedindo perdão ao seu Deus por tal sentimento e vontade de tirar a própria vida.

“Ser Feliz no Vão”

A distante lembrança da escravidão, e até em muitos aspectos romantizada, não leva em consideração os indivíduos que por ela passaram por tal situação. Não faz referência que estes indivíduos eram pessoas com histórias e desejos. Um retrato que também vai ao encontro com o filme escolhido pela curadoria para encerrar o Griot – III Festival de Cinema Negro Contemporâneo, chamado “Chico Rei Entre Nós”, de Joyce Prado.

No documentário de Prado temos acesso a história de Francisco, “Chico”, um Rei congolês que libertou a si e aos seus súditos durante o ciclo de ouro em Minas Gerais. O ícone desta figura está imersa em como a comunidade de Ouro Preto se expressa. O poder, a religião, os costumes e acessos ainda fazem parte dos conflitos sobre raça e classe

Morde e Assopra de Stanley

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A plataforma TODESPLAY foi quem tornou possível a exibição de toda a programação de 48 filmes, além da transmissão ao vivo de debates e masterclasses. Entendendo a importância do espaço, a plataforma deu o Prêmio TODESPLAY de incentivo para o filme “Ditadura Roxa”, de Matheus Moura, que corresponde a uma ambientação do intangível quando se é diferente, abordando com potência a questão dos privilégios sociais.

Fizeram parte do júri da Mostra Competitiva: Rosa Miranda, Oda Rodrigues e Heitor Augusto. As premiações ficaram a cargo da O2 Pós, Olhar Distribuição e Mubi. Confira os ganhadores da Mostra Competitiva:

TRILHA SONORA
Looping” de Maick Hannder

MELHOR MONTAGEM
“Ser Feliz no Vão” de Lucas H. Rossi dos Santos

DIREÇÃO DE ARTE
“Minha História é Outra” de Ana Clara Tito

DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA
“Noções de Casa” de Giulia Maria Reis

ROTEIRO
“Morde e Assopra” de Stanley Albano

MELHOR INTERPRETAÇÃO
“Morde e Assopra” de Stanley Albano

MELHOR DIREÇÃO
Looping” de Maick Hannder

MELHOR FILME
“A Morte Branca do Feiticeiro Negro”, de Rodrigo Ribeiro

MENÇÃO HONROSA
Sússia”, de Lucrécia Dias

JÚRI POPULAR
“Noções de Casa”, de Giulia Maria Reis

PRÊMIO TODES PLAY DE INCENTIVO
“Ditadura Roxa”, de Matheus Moura


O Griot – III Festival de Cinema Negro Contemporâneo é uma realização da Cartografia Filmes. Tem o apoio da TODESPLAY, Olhar Distribuição, O2 Pós, Mubi, Projeto Paradiso, AVEC-PR, ABRACCINE. Incentivo da Celepar e Ebanx. Projeto realizado com apoio do programa de apoio e incentivo à cultura – Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba.

Serviço:

Realização: Cartografia Filmes.

Saiba mais sobre o Festival em:www.festivalgriot.com.br

Sobre Uran Rodrigues 10198 Artigos
Uran Rodrigues é um influente agitador cultural, promoter e idealizador do famoso baile O Pente (@opente_festa), além do projeto Sinta a Luz (@sinta.a.luz). Com uma carreira dedicada à promoção da diversidade cultural e artística, Uran conecta pessoas por meio de eventos que celebram a arte, a moda e a cultura preta. Seu trabalho busca não apenas entreter, mas também valorizar e dar visibilidade às potências culturais de Salvador e de outros estados do Brasil.