II Festival Panteras Negras Convida visibiliza e fortalece produções negras e lgbtqi+

Primeira banda instrumental negra LGBTQI+ do mundo, Panteras Negras ( @bandapanterasnegras)  promove online a 2ª edição do Festival Panteras Negras Convida e traz a dupla perfo-política-musical As Mambas e as musicistas Daniela Nátali, Gabriela Wara Rêgo e Karen Silva, nos dias 13 e 14 de março.

Os shows serão transmitidos pelo Youtube através do Canal EstaçãoZinha  e tem como meta tornar visível a presença das mulheres negras e pessoas trans LGBTQI+ na música como instrumentistas, compositoras e produtoras.

Anfitriã do festival, com origem nas periferias de Salvador, a banda reúne os bairros de Periperi, Pirajá e Engenho Velho de Brotas na essência e no trabalho de Ziati Franco (baixo), Dedê Fatuma (percussão), Line Santana (bateria) e Suyá Synergy (guitarra). O grupo que se compreende como autodidata busca amplificar a pluralidade rítmica, melódica e poética de mulheres negras e LGBTQI+ a partir da cidade de origem.

“A banda carrega pautas pensadas especialmente no público negro e LGBTQIA+ da periferia porque traz vivências históricas em suas trajetórias. Acreditamos que através dessas vivências conseguimos acessar o nosso público com a mesma linguagem, musical, corporal e textual”, destaca Ziati Franco, homem trans negro, contrabaixista, produtor e compositor, integrante da Panteras Negras e fundador da produtora independente EstaçãoZinha (@estacaozinha).

O festival nasce em 2018 para agregar corpos negres artísticos musicais que sempre atuavam no cenário baiano de forma paralela, criando suas trajetórias individualmente.

“Panteras Negras Convida surge para acolher essa musicalidade e gerar potência coletiva em um circuito musical que até então sempre foi gerido fortemente pela hegemonia masculina cis-heteronormativa, que é o circuito de música instrumental” destaca Ziati.

O festival inicia no dia 13 de março com uma vídeo-aula sobre Produção Musical com Suyá e Estratégias de Interatividade nas Redes Sociais com Ziati Franco às 11h. Depois a banda segue com um bate-papo musical às 16h com a dupla As Mambas, que se apresenta também às 21h, e promete um show com política e educação através das canções da dupla Sued Hosaná e Felipe Salutari. Com composições que cruzam gênero, raça, sexualidade, ancestralidade e musicalidade negra em suas linhas, a dupla é a primeira formada por uma travesti e uma gay.

No dia seguinte, 14 de março, o festival abre com a vídeo-aula sobre Percussão Baiana com Dedê Fatuma e Line Santana às 11h. Depois a banda segue com um bate-papo musical às 16h com as musicistas Daniela Nátali (clarinetista), Gabriela Wara Rêgo (oboísta) e Karen Silva (violinista), musicistas que já passaram pelo Neojiba e que revelam a potência da música instrumental negra baiana no encontro entre o erudito e o popular. E seguem se apresentando também às 21h numa live show fechando assim a programação do festival.

As vídeos-aulas objetivam oportunizar aos corpos pretes, periféricos e dissidentes entrada à educação musical, rompendo com as estruturas do racismo, machismo e lgbtfobias que limitam a qualificação e acesso destes sujeitos à economia da cultura. O festival conta com libras em toda a sua programação para ampliar o acesso à comunidade surda e pretende ser um marco para a história contemporânea das mulheres e juventudes negras e LGBTQI+ de Salvador.

O projeto é contemplado pelo Prêmio Anselmo Serrat de Linguagens Artísticas, da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos oriundos da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal.

*Produtora*
O festival é apresentado pela produtora independente EstaçãoZinha, fundada por Ziati Franco, homem trans negro, contrabaixista, produtor e compositor, que durante mais de 10 anos, viveu sua vida artística em um corpo negro feminino lésbico da periferia. A produtora fomenta a cena baiana e fortalece as mulheres negras no cenário independente desde 2018 e foi responsável pela realização do 1º Festival em novembro do mesmo ano, com público de mais de 1500 pessoas. Além de colecionar a concepção, direção musical e produção executiva de projetos com Marissol Mwamba, Luedji Luna, banda Munlac e Bia Ferreira.

*PROGRAMAÇÃO*
13/03/2021
Vídeo-aulas sobre Produção Musical com Suyá e Estratégias de Interatividade nas Rede Sociais com Ziati Franco, com janela em libras – YouTube (Canal da Estação Zinha); 11h

Bate papo musical com Live “Papo Panteras com As Mambas” – YouTube (Canal da Estação Zinha); 16h

Live Show – Panteras Negras com As Mambas – Youtube (Canal da Estação Zinha). 21h

14/03/2021
Vídeo-aulas sobre Percussão baiana com Dedê Fatuma e Line Santana, com janela em libras – YouTube (Canal da Estação Zinha); 11h

Bate papo musical com Live “Papo Panteras com Daniela Nátali, Gabriela Wara Rêgo e Karen Silva” – transmissão pelo YouTube (Canal da Estação Zinha); 16h

Live Show – Panteras Negras com Daniela Nátali, Gabriela Wara Rêgo e Karen Silva – YouTube (Canal da Estação Zinha). 21h

*SERVIÇO*
O QUÊ? 2º Festival Panteras Negras Convida
QUANDO? 13 e 14 de março
ONDE? Youtube – Canal EstaçãoZinha

Sobre Uran Rodrigues 10198 Artigos
Uran Rodrigues é um influente agitador cultural, promoter e idealizador do famoso baile O Pente (@opente_festa), além do projeto Sinta a Luz (@sinta.a.luz). Com uma carreira dedicada à promoção da diversidade cultural e artística, Uran conecta pessoas por meio de eventos que celebram a arte, a moda e a cultura preta. Seu trabalho busca não apenas entreter, mas também valorizar e dar visibilidade às potências culturais de Salvador e de outros estados do Brasil.