Um álbum solar, livre de amarras e rótulos, mas que reflete bem a nova fase do cantor, compositor e ator Pedro Pondé. Gerado antes da pandemia e produzido durante ela (com todos os devidos cuidados), “Simples Assim” traz um sopro de vida ao invocar lembranças de dias melhores e, também, um convite para perceber a riqueza das coisas simples. É um disco romântico, de amor, um abraço no meio da guerra.
“É sobre estar com aquela pessoa que torna qualquer momento bom, mesmo os que não seriam. É sobre seu lugar preferido, sobre contato, libido, desejo. É sobre respeitar a vontade de um amor que decidiu ir embora, sobre querer se sentir em paz. É sobre querer ser feliz percebendo o outro, fazendo o outro feliz”, define Pondé.
Produzido por André T, em parceria com o próprio Pedro, e financiado pelos fãs a partir de uma campanha de crowdfunding, o álbum é o sétimo da carreira de mais de 20 anos do baiano, agora solo, mas que fez sucesso à frente das bandas Scambo e O Círculo.
O disco chega a todas as plataformas digitais no próximo dia 12 de março (sexta-feira), com lançamento pelo Selo Digital Ruffo. Hoje (3), os fãs que colaboraram com o financiamento participam da primeira audição do álbum. A agenda de divulgação fecha com uma live/show, prevista para abril.
Ao todo são 11 faixas autorais e em parcerias de uma leva fértil de composições recentes e plurais em ritmos e temas. “Simples Assim” bebe do reggae em sua raiz, mas transita pelo samba rock, cumbia, lambada, samba reggae, arrocha frevo e xote. “Sempre quis fazer um trabalho que representasse melhor minha identidade, e eu sou latino, brasileiro, baiano, amo ser e quero que meu trabalho reflita cada vez mais isso, essa pluralidade. Isso sem esquecer o reggae, que além de combinar perfeitamente com nossos ritmos é uma excelente conexão com o resto do mundo. Quero ir longe, mas mostrando de onde sou”, resume.
Reconhecido por trabalhar o formato canção, com aquelas músicas que todo mundo sabe cantar e gosta de cantar junto, o músico aproveitou para experimentar arranjos e timbres. “Faço música simples, fácil de tocar, gosto de falar de um jeito simples, fácil de entender, gosto de ser entendido por gente de toda idade, de todo tipo e lugar, quero me comunicar com o maior número possível de pessoas”, emenda.
É nessa ligação que o trabalho do cultuado produtor André T aparece em uma forte ligação musical e profissional. “Produzir com Andre T, um dos maiores do Brasil, foi uma parceria. A gente se comunica por código de barras em um entendimento real. Sem falar que ele é um historiador da música, sabe da parte técnica e mítica”, elogia.
PARCERIAS – “Simples Assim”, canção que batiza o álbum, é uma balada leve, despretensiosa, praiana. Mais cadenciada e pronta para um luau, “Felicidade Sim” traz as parcerias de Peu Tanajura, Lahirí Galvão e Kashi Galvão. A letra fala sobre perceber as pessoas ao redor e ver que o maior bem é estar perto de quem se ama, fazendo o dia delas melhor. “É colocar a felicidade onde a gente tem mais controle. As vezes se tenta salvar o mundo e não se olha para quem está ao lado”, reflete, Pondé.
Peu Tanajura, Lahirí Galvão ainda dividem a autoria de “Pra Se Lembrar”, um reggae dançante com o frescor de um amor novo, que brinca com a diferença da formação da maturidade feminina e masculina. Escolhida como primeiro single, “Você Vicia” é um mantra romântico, sem necessariamente falar de amor, que mostra a ideia de liberdade de uma forma ampla, livre de vícios. Da mesma forma, “Em Outro Lugar” e “De Novo” convidam para dançar.
Destaques também para o baixo em groove de DuGrave no álbum, os metais de João Teoria, Ito Bispo, Matias Traut, em seis faixas, e duas músicas dedicadas à esposa Mariana: “Pra Ser”, que conta a história do casal, e “Tudo Bem”, delicado folk no qual Pedro divide os vocais com a cantora e compositora baiana Juli e seu timbre aconchegante. Tem ainda “Em Paz”, que aborda, de forma sutil, a temática de relacionamentos que insistem em não dar certo, enquanto a composição “Chama” fala da busca pelo prazer feminino.
Além da questão estética, da cultura do reggae, “Você Vicia” traz outra alegria para o cantor na realização do sonho de gravar o baixo em uma música. “Felicidade é isso, coisas simples. O grande propósito da vida é estar vivo, quando a gente para de ver a felicidade nas pequenas coisas e gestos não consegue mais ver em lugar nenhum. A felicidade tem muito a ver com simplicidade”, garante. “Não podemos nos deixar seduzir por nada e ninguém que nos prive da nossa liberdade”, emenda.
Um dos pontos altos está no xote “Que Seja”. A colaboração luxuosa da sanfona de Gel Barbosa remete a memória afetiva de quando Pedro conheceu a avó materna no meio do sertão. “Quero que esse disco anime as pessoas, traga um pouco de alegria. Foi isso que vi na terra de minha vó, ninguém tem o poder de tirar essa nossa alegria original. Isso é massa”, celebra.
Na estrada há mais de 20 anos, Pedro Pondé coleciona sucessos, fãs e respeito da crítica – Inquietude, criatividade, intensidade, domínio de cena e palco. Com mais de 20 anos de carreira, o cantor, compositor e ator Pedro Pondé segue com sua verve ativa, forte e com a mesma pegada que o consagrou como um dos artistas mais marcantes da música baiana das últimas duas décadas.
Na bagagem, além de fãs em todo o país, uma música pop brasileira contemporânea autoral e autêntica, que bebe de claras influências da MPB, reggae e DUB, sempre cantada em português e com letras simples, diretas e sinceras. Muito de música reflete uma personalidade vigorosa em atitude e posicionamentos, que o consagrou como um dos nomes mais produtivos no cenário independente baiano.
Tanto que fez sucesso à frente das bandas Scambo, com a qual conquistou seis premiações no Troféu Caymmi 2004 (entre elas, a de Cantor Revelação), e O Círculo. Gravou seis álbuns: “Vermelho”, “Exerça”, “Flare”, “Ao Vivo” e “Animal” (com a Scambo) e “Estamos em Toda Parte” (com O Círculo). Com propriedade, sinceridade na voz e interpretações marcantes, Pondé estabeleceu uma relação referencial do público com suas composições. Nos shows, canções como “Pausa”, “A Janela”, “Depois de Ver” e “Amor de Graça” são cantadas a plenos pulmões pela plateia. Autenticidade também impressa em versões de clássicos da MPB como “Muito Romântico” e “Tigresa”, de Caetano Veloso, “Carcará”, de João do Vale e José Cândido, “Ocê i Eu”, de Gonzaguinha, e “O Tempo Não Para”, de Cazuza, que foi um dos destaques do programa “SuperStar”, da Rede Globo.
Em constante movimento, em 2017 Pedro Pondé, mesmo mantendo sua essência, parte para a carreira solo com o lançamento do EP “Licença”. A ideia é ter mais liberdade nas decisões artísticas e empresariais na sua carreira. Momento que remete à novas experimentações que misturam ousadia, equilíbrio e imponência, e mostram um lado mais sensível e romântico do compositor, que segue acompanhado por Ricardo Machado (bateria), Tatiana Trad (baixo) e Ângelo Canja Daltro (guitarra).