Produzido no home studio do artista, durante a quarentena, o álbum reúne músicos como Armandinho Macedo, Hamilton de Holanda, Ivan Bastos, Joatan Nascimento e Rowney Scott.
O cantor, músico e compositor Jonga Lima encontrou no atual estado de pandemia um terreno fértil e favorável ao processo criativo do seu décimo disco, intitulado “Ideias à Prova de Bala” – nome de uma das 12 canções do álbum, composta em parceria com o poeta Ivan Maia.
Um dos destaques desse novo trabalho é a música “Nova Abolição”, presente do mestre bandolinista Hamilton de Holanda, para a qual teve a honra de compor a letra e contar com o brilhantismo da guitarra baiana de Armandinho Macedo.
Jonga percebe em sua música uma influência muito tropicalista, no sentido de mistura de manifestações tradicionais da cultura brasileira a inovações estéticas mais arrojadas, que inclui timbragens modernas e eletrônicas, mas sempre reverenciando matrizes rítmicas baianas e afro-brasileiras, como o samba, o ijexá, entre outros gêneros. O disco será lançado no site https://jongalima.com.br e redes sociais do artista, dia 22 de maio, e distribuído em todas as plataformas de streaming, através do selo Tratore.
Em estado de poesia e atitude de resistência, Jonga Lima começou a produzir o disco como “uma forma de inspiração para continuar vivendo e enfrentando esses tempos difíceis”, como ele próprio diz, e complementa: “a necessidade pessoal de colocar minha música a serviço da nossa realidade, para abordar questões que sinto muito importantes hoje como racismo, negritude, amor, valorização da mulher, preservação ambiental, democracia para todos, entre outros temas sociais e políticos, num clamor de luta e esperança”, reflete.
Trabalhando há mais de 1 ano nesse projeto, o músico decidiu realizar a sua obra de maneira independente (com a colaboração de uma campanha de financiamento coletivo através da plataforma Kickante), mas foi agraciado com a participação de um naipe seletíssimo de músicos baianos, que como ele, cumpriam em casa o isolamento social, porém estavam ávidos por fazer música. A partir daí se estabeleceu um processo de criação on-line que reuniu parceiros de longa data – a exemplo de Amadeu Alves, André Borges, Helson Hart, Sebastian Paz (Batty), Ivan Maia e Tito Bahiense – e uma série de outros grandes nomes da Música.
Entre as participações, Armandinho Macedo (guitarra baiana), André Luba (contrabaixo), Cabeça de Pife (pífano), Cassius Cardoso (paisagens sonoras e loops), Eric Assmar (guitarra), Felipe Guedes (violão e guitarra), Guiga Scott (trompete e trombone), Ivan Bastos (contrabaixo), Ivanzinho Pacapuco (percussão), Jelber Oliveira (piano), Mônica Jurberg (backing vocal), Joatan Nascimento (trompete), Michelle Abu (percussão), Manuela Rodrigues (vocal – faixa “Nunca Mais Aconteça”), Rodrigo Sestrem (piccolo), Rowney Scott (sax), maestro Ubiratan Marques (piano), Yacoce Simões (acordeon). E também as participações especiais da cantora Amora Lima, filha do artista, e de Luizinho Assis como parceiro nos arranjos de “Nova Abolição”, “Duendes e Viagens” e “Grande Circo Imortal (Junta Mole das Meninas)”. Seguindo o fluxo de colaboração e parcerias para a gravação de “Ideias à Prova de Bala”, o álbum tem como coprodutor musical um dos grandes nomes da engenharia musical baiana: Caji, também responsável pela mixagem e masterização do disco.
Entre os destaques do repertório, “Nova Abolição”, composição em parceria com Hamilton de Holanda que faz reverência à negritude, sua beleza e seu clamor antirracista. A faixa tem arranjos de Luizinho Assis, violão de Felipe Guedes e a participação do mestre Armandinho Macedo tocando guitarra baiana.
“Assim Que o Dia Nasceu”, uma canção pop de esperança, parceria de Jonga com o cantor e compositor Tito Bahiense, que participa da faixa cantando, além do piano do maestro Ubiratan Marques e da guitarra de Eric Assmar. “Grande Circo Imortal (Junta Mole das Meninas)”, em parceria com Amadeu Alves e Andre Borges, numa celebração à memória de Anselmo Serrat e toda a trupe de artistas do Circo Picolino. A faixa é um samba alegórico com arranjos de Luizinho Assis, naipe de sopros com Rowney Scott (sax) e Guiga Scott (trompete) e o tema melódico de Piccolo com Rodrigo Sestrem. “Duendes e Viagens”, a única canção do disco que não é de sua autoria, composta por Halter Maia, que morreu recentemente. Nessa gravação Jonga homenageia o autor e músico, por tudo que representou em sua vida. A faixa tem o arranjo e improviso de piano de Luizinho Assis. Sem falar na própria faixa-título, “Ideias à Prova de Bala”, um rock manifesto, com Caji nas guitarras, que nasce da parceria com o poeta e filósofo Ivan Maia, para falar de resistência e indignação, sem deixar de lado o “sonho dos que amam” e a própria forma poética e existencial de Jonga que se denomina como um “Caçador de Sonhos”.