“ Acordar os adultos sobre a necessidade de passarmos as nossas tradições, a gente cuidar desse legado dentro das nossas casas“ contou Fábio Lago sobre a importância da série Cidade Invisível

Curupira /Fábio Lago

Uma série para ser chamada de nossa. Cidade Invisível estreou na Netflix no topo das listas de acesso em dezenas de países, inclusive Brasil.

Com direção de Carlos Saldanha e roteiros de Raphael Draccon e Carolina Munhóz, a série aposta em um desenvolvimento mais adulto, fantasioso e repleto de mistérios incríveis do nosso folclore.

O ator Marcos Pigossi vive Eric Alves, um policial ambiental que ao busca solucionar o mistério de um boto-cor-de-rosa encontrado na areia da Praia no Rio de Janeiro, se envereda por narrativas que o colocam à frente de verdades sobre a sua origem.

Na trama, personagens como a Inês – a Cuca, vivida pela atriz Alessandra Negrini, Isaac – o Saci por Wesley Guimarães, a Iara por Jéssica Cores, Tutu Marambá por Wesley London,  Corpo Seco por Eduardo Chagas, além do brilhante Fabio Lago como Iberê, o temido Curupira.

Iara, Cuca e Tutu

A figura mitológica do Curupira possui uma aparência bastante assustadora: pés virados para trás, nariz pontiagudo e um cabelo em chamas. Apesar disso, ele é o grande protetor das matas e está sempre disposto a atacar quem a ataca.

Trocamos dois dedos de prosa com Fábio Lago para entender a importância de Cidade Invisível no contexto atual. Acompanhe os relatos:

“Muito tocado pela série e essa possibilidade de mostrar nosso folclore, a nossa cultura, nossa mitologia para o mundo todo. A Netflix está em mais de 190 países e a gente já está no Top 10 em 60 deles somente nos últimos 4 dias.Essa série é importante não só pela qualidade de trabalho, mas um alerta para as pessoas perceberem a riqueza da nossa cultura, alí é somente um fiapinho, pois temos muito mais a apresentar, muitas entidades de Norte ao Sul do país e sobretudo eleva nossa estima em tempos confusos e caóticos que estamos vivendo. É um refresco para entendermos que somos massa e temos riquezas maravilhosas na nossa história, a gente tem uma Iara preta, um saci que usa perna mecânica e uma bandana. Um curupira que circula na cidade de cadeira de rodas. A Cuca representada como uma borboleta linda e não um jacaré assustador. É um resgate muito forte e que as vovós e vovôs e os pais consigam receber dessa fonte e poder repassar para as novas gerações essa nossa história”

Isaac – Saci  e Iberê – Curupira

“Fui assistir a série essa semana e estava muito sensível e logo me lembrei das histórias contadas por minha avó, pois desde pequeno cresci nessa cultura de ouvir na boca dos mais velhos e o curupira e o lobisomem eram os que sempre me assustavam, os olhos arregalavam e o coração vinha na boca e senti essa mesma emoção ao ver a série foi de apertar o peito. Um curupira real, levantado por mim, levantado das ideias, fiz um trabalho muito respeitoso, sério, onde precisei achar a força da natureza, a essência da entidade. No meio do processo eu pedi para fazer uma caminhada na mata, fui para o Vale do Pati na Chapada Diamantina ter o momento de reconexão com a natureza, essência dessa entidade.

“Foram 4 dias de caminhada pelo Vale do Pati, em momentos de conexão e entrega. Todo dia impressionantemente tinha Araponga me seguindo na trilha, coisa rara, uma frequência energética inexplicável. Acordar os adultos da importância de passar as nossas tradições, a gente cuidar desse legado, dentro das nossas casas” contou Lago.

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Uran Rodrigues é um influente agitador cultural, promoter e idealizador do famoso baile O Pente (@opente_festa), além do projeto Sinta a Luz (@sinta.a.luz). Com uma carreira dedicada à promoção da diversidade cultural e artística, Uran conecta pessoas por meio de eventos que celebram a arte, a moda e a cultura preta. Seu trabalho busca não apenas entreter, mas também valorizar e dar visibilidade às potências culturais de Salvador e de outros estados do Brasil.