Ancestralidade é o que aborda a artista Maria Carolina na exposição “Zara Tempo e o Camugerê, Agolonã”

Foto Heder Novais

Com entrada gratuita, a mostra fica em cartaz no Foyer do espaço Xisto Bahia de 17 de janeiro a 13 de fevereiro, das 8h às 12h e das 14h às 18h, abrindo uma trilogia que representa os caminhos percorridos até a “conclusão” da transposição ao Camugerê.

Foyer do Espaço Xisto Bahia apresenta de 17 de janeiro à 13 de fevereiro a exposição inédita “Zara Tempo e o Camugerê, Agolonã”, da artista plástica Maria Carolina, um trabalho que expressa a relação dos elementos da natureza e a sua cosmovisão através da troca de energias do Orí (Cabeça) com o Àiyé (Terra em que vivemos) estando integrada as infinitas nascentes do Òrun(Lugar onde vivem os Òrìṣàs e encantados).

Com entrada gratuita, a mostra reúne nove telas onde a liberdade e a ancestralidade coexistem no mesmo princípio, uma teia que dança com elementos do imaginário, dos gestos onde a honra e os atos ancestrais acertam a essência da artista, como ser ativo nesta persecução, que assim como o tempo são fragmentos de espirais em construção.

“Minha composição tem como viés de inspiração a transposição da sensação, captação e interações dos espectros de memória e das suas respectivas representações elementares. Sinto e vejo a memória sensorial como marcadores de impressões das expressões naturais. E observo como essas expressões se apresentam e são atenuantes nos ritos essenciais da sabedoria oracular animista, nas camadas e dinâmicas da compilação cosmoancestral. Essa conexão com as memórias vivas é algo pulsante nas minhas prospecções criativas. Considero a transcrição dos orixás em natureza viva a experiência mais admirável e integradora de se contemplar e compartilhar”, explica.

“Zara Tempo e o Camugerê, Agolonã” reverência a conexão entre Iròkò e Èṣù, desvendando pergaminhos de conexões ancestrais, trazendo, nessa perspectiva, Agolonã como símbolo que representa a junção de Agô (licença) e Lonã ou Lonan (caminho ou qualidade de Èṣù) ou seja, pedimos licença para dar início a primeira dessa série de três exposições. Entremeando essa tríade teremos o momento de celebrar, justamente, o “Zara Tempo e o Camugerê, Agolonã”, seguindo com a exposição “Zara Tempo, Òrisùn Òmi Òrisùn Ẹmí (a fonte de água e a fonte da alma)” e fechando o movimento com a exposição “Zara Tempo e o Camugerê, Ajíjà, o epílogo”. Essa série representa o caminho espiral, os contornos dos ciclos vitais, o xirê.

Sobre Maria Carolina

Maria Carolina é uma artista plástica baiana, negra, autodidata, de 28 anos, nascida em Salvador. Ela é neta do grande sambista Oscar do Penha, conhecido popularmente como Batatinha, uma de suas maiores referências. Maria tem sua composição artística baseada na transposição sensorial, na captação e nas interações dos espectros de memória e de suas respectivas representações elementares. Sentir e perceber o fluxo do tempo sensorial como marcadores de impressões das expressões naturais são a sua essência e marca artística, atenuando os ritos essenciais da sabedoria oracular animista nas camadas e dinâmicas da compilação cosmoancestral. Essa conexão com as memórias vivas é algo pulsante em suas prospecções criativas.

Serviço:

Exposição “Zara Tempo e o Camugerê Agolonã”

Onde: Foyer do Espaço Xisto Bahia

Abertura: 17/01/2025  às 18h (lançamento)

Exibição: 14/01/2025 a 13/02/2025

Horário: 8h às 12h e das 14h às 18h