Com essa obra, a cantora apresenta uma nova faceta e convida para um mergulho na palavra da igreja lesbiteriana, que chega embalada pelas batidas do rap em suas mais variadas vertentes
Indo na contramão dos lançamentos de singles, a cantora e compositora Bia Ferreira, estreia seu álbum duplo “Faminta“, que soma 21 faixas. Após lançar a primeira parte deste trabalho “MPSFN“, que explora a estética Love Songs, Bia agora nos apresenta uma nova faceta com um discurso mais afiado nesta segunda parte do disco “Evangelho de Libertação da Igreja Lesbiteriana“, que hoje nas plataformas de música, via selo Natura Musical.
Nesta segunda parte do álbum, Bia Ferreira aposta em um conceito mais pragmático. Se na parte 1, a cantora mergulhou no R&B para evidenciar o amor da mulher preta sapatão, em “Evangelho de Libertação da Igreja Lesbiteriana”, a cantora aposta nas batidas e no flow rap para embalar o seu discurso afiado.
Para isso, Bia Ferreira traz ao longo das faixas uma mescla da cultura hip hop, passeando pelas várias vertentes do rap, como o Drill, grime, trap, funk, boombap, somado à referência estética da liturgia religiosa como corais, órgãos e oratória. “A ideia é trazer uma sonoridade muito mais dançante. Esse é o trabalho mais diferente que eu já produzi como artista. Esse disco é sobre legado e não sobre mercado”, contou.
O álbum traz a participação de nomes como Kae Guajajara, Luanda, Hiran, Edgar e Bixarte. “”Evangelho de Libertação da Igreja Lesbiteriana” chega como uma rajada de cultura para fazer o coração bater. Rajada de informação para que as pessoas comecem a pensar, para gerar incômodo. Ninguém muda aquilo que não incomoda”, explicou Bia.
“Evangelho de Libertação da Igreja Lesbiteriana”, que conta com a direção musical da própria Bia Ferreira e produção musical do Dj Duh, faz parte do álbum duplo da cantora e grande pregadora da igreja lesbiteriana, “Faminta”, que junto com “MPSFN”, entregam ao público uma obra com 21 músicas.
“O último disco de 21 faixas lançado no Brasil foi de Charlie Brown nos anos 2000. Sou uma mulher preta com muita coisa para falar, faminta para ser escutada. Eu quero que as pessoas saibam que eu fiz 21 faixas porque eu tenho muita coisa para dizer. E esse disco não é sobre mercado. É sobre legado que eu quero deixar como uma mulher preta intelectual”, contextualizou.
“Faminta” de Bia Ferreira foi selecionado pelo programa Natura Musical, através do Edital 2021, ao lado de nomes como Jup do Bairro, Kaê Guajajara, Elisa Maia e Mostra Pankararu de Música. Ao longo de 17 anos, Natura Musical já ofereceu recursos para mais de 150 projetos no âmbito nacional, como Lia de Itamaracá, Mariana Aydar, Jards Macalé e Elza Soares.
“Nós acreditamos no impacto transformador que a música pode ter no mundo. E os artistas, bandas e projetos de fomento à cena selecionados pelo edital Natura Musical têm essa potência de mobilizar o público na construção de um mundo mais bonito, cada vez mais plural, inclusivo e sustentável”, afirma Fernanda Paiva, Head of Global Cultural Branding.
Foto de Camila Tuon
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