O ano é 1964, período político desafiador no Brasil, mas início de um dos maiores legados esportivos do país, trilhado por Aída dos Santos. Mulher negra, foi a primeira atleta brasileira a participar dos jogos de Tóquio, em meio a uma delegação composta somente por homens.
Criada em uma comunidade de Niterói, no Rio de Janeiro, Aída seguiu sozinha para o outro lado do planeta sem dinheiro ou treinador, tampouco tinha um uniforme para competir. Nada de estrutura ou apoio. Mas, contrariando todas as estimativas, fez história e voltou com a quarta posição no salto em altura, o melhor resultado individual de um atleta brasileiro por mais de 30 anos.
Aida dos Santos é uma mulher brasileira, filha, mãe e avó. Atleta colecionadora de medalhas e diplomas. Dedicou sua vida ao esporte . Agora, escrevemos seu nome no Uniforme que nunca existiu e temos a oportunidade de levar o seu exemplo de superação para todos os cantos do país. Como um símbolo da sociedade que desejamos construir, capaz de inspirar a mudança nas novas gerações. Hoje, queremos mobilizar pessoas e transformar vidas através do esporte.
Para fechar esse ciclo, 57 anos depois, a Centauro reuniu um time de mulheres extraordinárias e criou O Uniforme que nunca existiu. A estilista baiana Carol Barreto criadora do projeto ModAtivismo – que trabalha para unir moda a ativismos feministas e antirracista, desenvolveu peças que representam a história da atleta que chegou sozinha à Tóquio sem falar o idioma e sem nem mesmo constar na lista da delegação brasileira.
Especialmente para Aída, foram desenvolvidos dois uniformes carregados de significado e símbolos, representando suas memórias. Um deles é o uniforme de delegação, composto por jaqueta e calça confeccionados nas cores dourada e azul. Na parte superior, os bolsos frontais são personalizados com estampas inspiradas no local onde Aída vivia com a família, em Niterói (RJ).
No centro das costas, um bordado destaca a imagem da atleta saltando, símbolo do projeto. Enquanto isso, o peito conta com a estampa 22, considerado seu número da sorte. A jaqueta também possui um capuz maximizado para vestir bem diversos tipos de cabelos e volumes, elaborado para não esconder o bordado das costas e mantendo as características de funcionalidade e praticidade dos vestuários esportivos.
Já o collant de treino também traz detalhes dourados na lateral dos quadris, criando continuidade às linhas sinuosas e reforçando a ideia de movimento, fluidez, agilidade, feminilidade, além de simbolizar o ouro. Em um tom de verde mixado com amarelo, os detalhes dos elásticos trazem o nome da atleta. Esse mesmo elástico adorna a parte superior das cavas e ao fundo do macacão, que desenha uma letra ‘V’’ em posição invertida nas costas. As pistas de atletismo também são interpretadas nas laterais da cintura em cor terracota, com linhas brancas.
O video do projeto foi dirigido por Giorgia Prates com locução da cantora e compositora Sandra de Sá, criado pela pela agência TracyLocke e produzido pela Lady Bird com imagens captadas no ato de entrega do uniforme a Aída na pista de atletismo do Estádio Olímpico Nilton Santos, o Engenhão. Toda receita da venda das peças, será revestida para o Projeto Centauro Transforma em prol de ONGs que transformam vidas através do esporte. Compre através do LINK.
Sobre Carol Barreto/ Professora de Estudos de Gênero e Diversidade (FFCH/UFBA) e Doutoranda no Programa Multidisciplinar de Pós-graduação em Cultura e Sociedade (IHAC/UFBA), elabora produtos e imagens de moda a partir de reflexões sobre as relações étnico-raciais e de gênero.
Equipe Modativismo: Anderson Paz/@anderson_paz13 (Figurinista Assistente – SP), Adriele Regine/@adrieleregine (Designer Gráfica – BA), David Santos/@bixhodosol (Assistente de Produção – BA) e Nanci Meire/@nanmachadodesignerdemoda (Produção Executiva – BA). (@modativismo)
Filme: LadyBird/@ladybird.tv – Giorgia Prates/@giorgia.prates
Publicidade: TracyLocke Brasil/@tracylockebrasil
