A iniciativa tem como resultado uma websérie e uma cartilha educativa que vai atender cerca de 20 escolas públicas e comunitárias do ensino fundamental.
Em uma sociedade mergulhada na tecnologia, as brincadeiras infantis têm se distanciado cada vez mais do cotidiano das crianças dessa geração que preferem muitas vezes os joguinhos no celular. Ao refletir sobre este cenário, a equipe do projeto Ciranda do Brincar fez uma pesquisa aprofundada em comunidades tradicionais (indígena, quilombola, pesqueira e de terreiro) da Bahia para identificar e resgatar essas brincadeiras que fizeram parte da nossa infância.
Os resultados são quatro oficinas em comunidades e escolas que serão realizadas entre os dias 1º e 30 de novembro, e tem como finalidade orientar os educadores sobre a aplicação da Cartilha Pedagógica Ciranda do Brincar e o lançamento da websérie Ciranda do Brincar que será realizado no dia 1º de novembro, às 14h, no Quilombo do Quingoma, em Lauro de Freitas. A programação segue com mais três lançamentos nas comunidades, sendo 8 de novembro, às 19h, no Colégio Estadual Professor Artur Oliveira da Silva, em Juazeiro; 11 de novembro no Quilombo Alto do Tororó e 18 de novembro na comunidade Pataxó Hãhãhãe em Pau Brasil.
A websérie está disponível nos canais da Assessoria Cirandas e Cultura TAO no YouTube . A Cartilha Pedagógica Ciranda do Brincar está disponível no site da Assessoria Cirandas (https://assessoriacirandas.org/projetos/ciranda-do-brincar/).
O objetivo do projeto consiste no resgate e difusão das brincadeiras em comunidades tradicionais como prática de ensino e aprendizagem nas escolas públicas. Entre as comunidades tradicionais que integram o projeto temos: Quilombo de Quingoma (Lauro de Freitas/BA); Aldeia Indígena Pataxó-Hãhãhãe (Pau Brasil/BA); Terreiro Banda Lê Kongo e Terreiro Abasi de Yansã (Juazeiro/BA) e Comunidade Pesqueira Alto do Tororó (Salvador/BA).
“O Cirandas do Brincar é uma iniciativa que convoca experiências do presente e do passado a ocuparem o mesmo espaço. Tem o brincar como fio condutor de aprendizagem, de promoção ao respeito à diversidade e diferenças, a partir de perspectivas inéditas associadas à inclusão e acessibilidade do brincar tendo as memórias e fazeres de comunidades tradicionais como atores principais desta linda experiência. O Cirandas do Brincar conecta crianças e infâncias”, destaca o coordenador executivo da Assessoria Cirandas, João Paulo Diogo.
Este projeto é realizado pela CulturaTAO e co-realizado pela Assessoria Cirandas, com patrocínio da Neoenergia Coelba e do Instituto Neoenergia, via Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Estado da Bahia – Fazcultura através do Edital Transformando Energia em Cultura da Neoenergia 2022.
Websérie e cartilha Ciranda do Brincar
As brincadeiras foram registradas em uma websérie de quatro episódios e serão replicadas nas Oficinas de Vivência Brincante, apoiando professores(as) na inserção das brincadeiras tradicionais na escola, como espaço de aprendizagem para os alunos. O foco é atender 20 escolas públicas e comunitárias do Ensino Fundamental, em quatro cidades da Bahia.
A websérie, exibida gratuitamente através do canal do Youtube da produtora CulturaTAO, faz um resgate dessa memória do brincar entrevistando os integrantes dessas comunidades entre educadores, crianças, jovens, adultos e os anciãos e anciãs.
Outro resultado importante é a Cartilha Pedagógica Ciranda do Brincar que será impressa para distribuição nas escolas e vai fundamentar oficinas com os educadores. Este material ensina o passo a passo das brincadeiras e tem sugestões de adaptação para crianças com deficiência.
Impacto social: projeto atende quatro ODSs da ONU
A Assessoria Cirandas se dedica a contribuir com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) delineados pela Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) da ONU. Neste projeto Ciranda do Brincar, quatro ODSs foram contempladas, entre elas: ODS 4 – Educação de qualidade; ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis; ODS 17- Parcerias e meios de implementação e ODS 10 – Redução das desigualdades.
O projeto fomenta a inclusão do brincar como prática pedagógica no ensino fundamental, promovendo a valorização e difusão das tradições culturais das comunidades tradicionais pesquisadas, estabelecendo pontos de cooperação entre as escolas e as comunidades, fomentando a construção de consciência e a valorização dos patrimônios culturais dessas localidades.