O empreendedorismo feminino tem sido um importante aliado na luta das mulheres por igualdade social e por mais espaços no mercado de trabalho. De acordo com os dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), realizada pelo IBGE, cerca de 9,3 milhões de mulheres estão à frente de negócios no Brasil.
Segundo o Relatório Especial de Empreendedorismo Feminino no Brasil, publicado pelo Sebrae em 2020, 48% dos Microempreendedores Individuais (MEIs) são mulheres. Enquanto isso o levantamento feito pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM), principal pesquisa sobre empreendedorismo no mundo, com informações de 49 países, revelou em sua última edição (2018), que o Brasil ficou em 7º lugar no ranking de proporção de mulheres à frente de empreendimentos iniciais, com menos de 42 meses de existência.
CEO da rede O Corujão, localizado em Feira de Santana, a baiana Daniela Lacerda tem caminhado na contramão do machismo empresarial, se tornando a mulher mais jovem do setor varejista alimentício da Bahia, segundo a Associação Baiana de Supermercados (ABASE).
Empresária, com MBA em Gestão de Empreendedorismo e Pessoas, pela PUCRS e formação em Direito, pela UNIFAN, Dani revela que apesar da posição de liderança, não é fácil estar em um setor majoritariamente masculino, como o ramo supermercadista.
“No meu âmbito profissional, lido com muitos homens que, por eu ser mulher, mãe e casada, diversas vezes questionam a minha competência e capacidade de gerir grandes negócios”, pontua.
Para Dani Lacerda, ser reconhecida como a mais jovem mulher empreendedora de sucesso é importante, pois ser referência para outras mulheres faz parte do seu planejamento de vida.
“No cenário supermercadista, o meu destaque como mulher mais jovem à frente do setor foi realmente sensacional. Saber que sou relevante em um ramo ainda tão voltado para o público masculino, com certeza me impulsiona a abrir ainda mais frentes de trabalho para que outras mulheres se sintam encorajadas e motivadas”, complementa.
Em sua trajetória profissional, Dani percebeu que o empreendedorismo despertava a sua atenção ao enxergar o quão longe conseguiria ir e quantas transformações poderiam se realizar na sociedade. “O empreendedorismo com propósito sempre foi meu alvo. Não enxergar apenas números, mas o sucesso e a possibilidade da construção de negócios, apostando em sustentabilidade, geração de empregos e crescimento socioeducativo está na minha história”, revela.
Como muitas empresárias, Dani Lacerda começou a empreender de maneira informal, como “sacoleira”, e em menos de um ano conquistou o faturamento de 100 mil reais, vendendo roupas e acessórios. “Sempre busquei diferencial no que proponho ao consumidor/cliente, e nesse período já fazia importação de vestidos de bandagem, que na época era uma grande tendência com escassez no mercado local”, relata.
Dani, como é conhecida, é nascida no interior da Bahia, cidade de Feira de Santana. Filha de uma dona de casa e um comerciante com berço no sertão, conta que as bases familiares foram importantes para torná-la uma mulher forte, pois as dificuldades enfrentadas na infância a fizeram enxergar que as oportunidades deveriam ser aproveitadas ao máximo.
“Venho de uma família que trabalhou e se dedicou bastante para criar os dois filhos (eu e meu irmão), sempre nos ofertando a oportunidade dos estudos como base de crescimento para conquistar o nosso espaço”, completa a CEO.
Para conhecer mais sobre Dani Lacerda, pautas e entrevistas acesse o Instagram @daniilacerda.