Um espetáculo de dança que vai além da transmissão online e permite a interatividade em tempo real com seus espectadores. Essa é a proposta da *Casa Parangolé*, uma residência artística formada por doze artistas entre dançarinos (as), atores/atrizes, músicos e artistas digitais que se inspiraram na obra “Parangolés”, de Hélio Oiticica (1937-1980), para produzir um espetáculo digital que acontecerá em diversas cidades baianas simultaneamente.
A residência foi vencedora na categoria ‘criação/produção artística’ do “Prêmio das Artes Jorge Portugal”, que selecionou as propostas mais inovadoras na Bahia apresentadas através de plataformas virtuais.
O espetáculo acontecerá via Zoom, nos dias 02, 03, 09 e 10 de abril, às 19h. Para conseguir entrada, os espectadores poderão acessar a plataforma Sympla pelo link que estará disponível nas redes sociais através do Facebook e Instagram @casaparangole.
As duas primeiras sessões serão acompanhadas de bate-papo e mediação com especialistas, juntamente com um público de estudantes, professores (as), produtores, agentes culturais e demais interessados em conhecer mais profundamente o processo de criação. O público será convidado a se conectar com a obra e ser transportado para diversas salas no Zoom criando uma experiência visual, sonora e sinestésica (através dos movimentos dos corpos, das câmeras e da edição em tempo real das imagens).
A Casa-Parangolé está abrigando virtualmente artistas de Salvador, Jequié, Vitória da Conquista, Candeias e Alagoinhas, além de contar com a presença de convidados de São Paulo e da Paraíba especialistas em programação, cenografia digital, arte gráfica entre outros campos da arte e tecnologia digital empenhados em produzir um espetáculo que convide os espectadores isolados em suas residências a olhar (e habitar) suas casas de modo mais poético.
*Parangolés*
Fruto das experiências com a comunidade da Mangueira, no Rio de Janeiro, os Parangolés de Hélio Oiticica são obras de arte visuais formadas por estandartes, bandeiras, tendas e capas que o público pode vestir e se mover pelo espaço. “Nossa ideia é que cada casa vire nosso próprio Parangolé. Durante a pandemia, passamos a habitar nossa casa em tempo integral e isso provocou em nós uma grande transformação. Tivemos que lidar com limitação de espaço, circulação de pessoas, móveis faltando ou mesmo em excesso e trouxemos isso para o nosso espetáculo. Queremos agora nos vestir dessas casas”, explica a dançarina e uma das idealizadoras do projeto, Thiana Barbosa.
A residência artística acontece de forma intensiva durante todo o mês de março, sob a direção da artista convidada Ivani Santana, professora do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Prof. Milton Santos, da UFBA, que desde a década de 90 investiga projetos interdisciplinares mediados pelas tecnologias digitais e é pioneira no Brasil em dança telemática através das redes acadêmicas.
*Lei Aldir Blanc*
O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.
A Lei 14.017, de 2020, conhecida como Lei Aldir Blanc, foi criada como forma de apoiar de maneira emergencial o setor cultural durante o estado de calamidade, em função da Covid-19. Durante o período do lockdown, todos os teatros e casas de espetáculo permanecem fechados com suas atividades suspensas.