“Pretendo reinar o ano todo trazendo a minha verdadeira essência”, promete Dalila Santos de Oliveira, a nova Deusa do Ilê Aiyê
“Ser Deusa do Ébano para mim é afirmação de identidade, é empoderamento, é força, é representar todas essas mulheres que estão aí me assistindo”. Foi assim que Dalila Santos de Oliveira definiu o título que assumiu na noite de ontem, após vencer a 42ª Noite da Beleza Negra em uma festa marcada por reencontros e homenagens na Senzala do Barro Preto, Curuzu.
Aos 20 anos, a dançarina e coreógrafa de Pernambués concorreu pela primeira vez no concurso que saiu vitoriosa, em um anúncio feito por Arany Santana e com o Troféu Sérgio Roberto (em homenagem ao idealizador da Noite da Beleza Negra, que morreu no último domingo) sendo entregue pelas mãos do presidente fundador do bloco Ilê Aiyê, Antônio Carlos dos Santos, o Vovô.
O primeiro contato dela com o bloco foi ao vê-lo passar no Carnaval: “Eu simplesmente dancei. Não foi nada ensaiado ou que eu aprendi. Eu passei pela escola de dança quando eu tinha uns 14 anos, mas eu conheci o Ilê antes disso. O molejo, o toque da percussão, fazia com que eu me movimentasse com essa dança de rei e rainha, como a gente chama. É uma movimentação que a gente faz que conta um pouco da nossa história, da nossa essência, conta esse brilho, coloca para fora essa força que a gente tem”.
Primeira vez que ela se inscreve no concurso, a nova Deusa do Ébano explicou que no ato da inscrição já se sentiu uma nova pessoa e percebeu uma energia diferenciada. Ela destacou o período de preparação proposto pelo bloco: “Participar de tantas aulas maravilhosas, de tantos encontros. Eu tinha esse sonho de ser a Deusa do Ébano mas eu não pensei que seria dessa forma, essa coisa de gravação, de aula o tempo todo, agenda bem corrida”. A marca que ela quer deixar para o seu reinado ao longo do ano é de força e representatividade: “Eu quero mostrar para as nossas mulheres o poder que nós temos e que sim, elas podem estar onde elas quiserem”.
Princesas do Ilê
Segundo e terceiro lugar, na noite, Carol Xavier e Larissa Valéria também receberam o Troféu Sérgio Roberto. Carol tem 24 anos, mora em Mussurunga e é estudante de jornalismo. Assim como Dalila, ela celebrou todo o processo de preparação que culminou na noite de ontem: “Diversas vezes eu tinha lembranças de pessoas queridas que me fortaleceram quando eu era mais nova. Essa ancestralidade pulsa nos tambores, ao ver outra deusa, outra mulher negra bailando a dança afro, ao ver outras pessoas na Senzala do Barro Preto, este lugar que é nosso”.
Instrutora da área da beleza e empreendedora, Larissa Valéria, 28 anos, é da Liberdade. Ela destacou o mix de ansiedade do processo intenso de preparação para a noite, o que, para ela, faz com que estar entre as selecionadas já seja uma vitória. “Estar no pódio entre as campeãs também é uma realização. É mostrar para as outras que desistir não é uma opção”, afirma.
A 42ª Noite da Beleza Negra é uma realização do Ilê Aiyê, Caderno 2 Produções, tem o apoio da Hype Energy Drinks, Comunidade DOOR, ITS Brasil, TVE Bahia, Educadora FM e patrocínio da AVON, Secretaria de Cultura e Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia.
Produção Ilê Aiyê
Produção Executiva: Cris Santana
Produção Geral: Reni Barbosa
Logística transporte: Fabiana Pereira
Assistentes de Produção: Patrícia Santiago e Sabina Henriete Possidonio
Coordenação acesso: Carlão Sena
Produção Candidatas: Jaci Trindade