“Galo, a ciência do tambor”, lançado originalmente em 2022, vem acompanhado de um documentário dirigido por Marcelo Santana e João Mota e traz a origem do artista baiano que vai das batidas nos couros dos atabaques às rimas do menino do bairro de Itapuã, em Salvador
O rapper Marcola Bituca lança a nova edição de seu terceiro álbum, “Galo, a ciência do tambor”, no dia 30 de junho, através da Ruffo, disponível em todos os aplicativos de música. Com direção e produção musical de Marcelo Santana e Yan Santana (Aquahertz Produções), o disco explora sonoridades experimentais entre a percussão e o samba reggae. A nova edição apresenta áudio remasterizado, nova capa com foto de Matheus Leite e duas faixas inéditas, “Canções de Outra Cidade”, com participação de Everest e “Folhas” com participação de Pedro Pondé.
“Galo, a ciência do tambor” é um álbum que traça um paralelo entre o homem e a percussão, fazendo referências ao Galo, animal visto em muitas culturas religiosas como elo de ligação entre o homem e o divino, sendo o ponto de vista do artista de que o mundo foi criado através da vibração, através do verbo, e que a percussão é o fragmento físico da criação na matéria. É impactante, forte e resistente. Traz a assinatura marcante e carregada de informação já conhecida do rapper. Mixado no estúdio Aquahertz, o disco vem acompanhado pelo documentário de mesmo nome, já disponível na página do youtube do artista.
O álbum reúne diversos mestres da percussão baiana, personagens históricos que influenciaram na estética e na música de Salvador: Jorjão Bafafé, Mestre Jackson – um dos fundadores do movimento Samba Reggae, Mestre Marsal, além das participações de Ras Camundongo, o cantor e compositor Xauim e o rapper carioca Thiago Elniño.
O disco começa reverenciando a ancestralidade com “Lágrimas a Olorum – Manifesto”, trazendo a realidade do povo periférico, mostrando que o baiano vem ainda mais raiz, mais pra frente. A segunda faixa “Aquarela das Flores”, com participação de Xaium, traz uma poesia como arte de resistência, bem o estilo Marcola Bituca. Depois, “Santa Maria”, reflete a sociedade e dá sequência ao álbum.
“Pacha Mama e o Deus Sol”, quarta faixa, aumenta a importância do rap como forma de arte-educação, deixando o gostinho de espalhar o ritmo pelo mundo. A quinta música, “Do lado da Terra”, a forma de compor remete aos clássicos poetas, refletindo a superação.
Dificil escolher o hit de “Galo, a ciência do tambor”, mas “Polindo Pedras” sexta canção, é uma forte concorrente pelo título, arranjos e balanço que apresenta. Marcola segue inspirado e dando voz a conscientização, em “Semop II”. Já em “Céu de Baunilja”, com participação de Thiago Elniño e “ Sol de Meia Noite”, dá espaço ao amor.
A décima faixa, “Galo”, traduz a força e virtude. E essa vibe continua em “Folhas” com participação de Pedro Pondé, mostrando que a amolada caneta de Marcola Bituca é a parceira ideal com a produção de Marcelo Santana. “Canções de Outra Cidade” traz Everest com participação e reforça o sentido presente no cotidiano. “Galo, a ciência do tambor” termina com “Tambores Para Uma Nova América”, com participação do parceiro DaGanja, e a certeza que o rapper baiano tem vez, voz e representatividade, que a potência das vozes negras são ouvidas em alto e bom som.
O disco carrega uma diversidade sonora além do rap, como o samba reggae e elementos percussivos oriundos do couro do tambor. O artista, baiano, de Salvador diz que essa busca por melodias próprias é fruto da capital plural, diversa e rica culturalmente.