Fotos by Marciel Gomes e Thalys Gabriel
Na noite dessa quinta, dia 17 de novembro, o Teatro Gamboa nos Aflitos em Salvador, traz o show da cantora Marí Alves, intitulado Viúva Negra, nome dado ao seu primeiro ep de carreira.
Lançado em todas as plataformas digitais em março, o disco possui cinco faixas que tratam do início ao fim de uma típica relação: do desejo de domínio e sedução ao superar inteiramente, já no flerte com o futuro.
Com referências sonoras que partem do Trip Hop, do Dark Pop ao experimental, Viúva Negra abrange a musicalidade expressiva e catártica da intérprete e autora MARÍ ALVES. Assume, assim, uma sequência estratégica, narrando uma história.
O projeto Viúva Negra é um EP (Extended Play) que aborda a temática da sombra dentro dos afetos.
“Como sombra, entende-se o que não está para a luz, o que não está exposto ou o que não foi necessariamente acolhido na personalidade. Nesse caso, a figura da Viúva Negra manifesta-se como alguém disposto à vingança, à superação, ou entregue ao ciúme, ao desejo, ao sentimento de rejeição, ou simplesmente retrata investimentos amorosos mal sucedidos. Enquanto Viúva Negra, se nasce e morre; também mata o seu objeto de amor – por vezes seguidas, quando o tema é entregar-se.” lembrou a artista.
“Esta parte, a sombra, pode ser composta por tudo que é ruim ou bom, pois não tem valor em si. No EP, por exemplo, ela surge na música Viúva Negra, mostrando justamente a parte “feiosa” de um amor: o ciúme, ansiedade, medo, carência… Tudo o que pretendemos deixar escondido quando queremos nos enredar em alguém.”, contou Marí.
O EP é inteiramente pensado nessa representação, tocando em pontos sensíveis e assumindo arquetipicamente a figura da Viúva Negra: aranha que pratica o canibalismo sexual, ou seja, após se saciar em seus prazeres, ela literalmente devora seu parceiro. Depois que as fantasias pessoais, sejam elas as ilusões, os devaneios insistentes da paixão e o impulso de ter para si se satisfazem inteiramente, devora-se o instrumento do prazer, finalizando assim a cena do ciclo dos afetos. Um trabalho vulnerável e pujante, como é o amar.
O show será hoje, dia 17 a partir das 19h, valor de R$20 e R$ 10 na Bilheteria do Teatro. Lembrando que nessa sexta-feira, dia 18 também terá apresentação de Marí. Mais informações no instagram @marialvesst
FICHA TÉCNICA:
Composição e voz: Mariana Alves
Produção musical: Marcos Cupertino
Gravação do projeto: Studio Preto
Gravação de vozes: Estúdio Mangus
Gestão de projeto: Ana GB
Direção artística: Tiliu e Marciel Gomes
Foto capa: Marciel Gomes
Assistente de direção: Sued Hosana
Designer e retoucher: João Guedes
Recurso: Edital Cultura na Palma da Mão
SOBRE MARÍ ALVES
Nascida no caos, criada na torrente. MARÍ ALVES (em caixa alta) evoca toda a força de alguém que como água se modela, se estende e se propõe ao que está disposto à vida. Filha de migrantes baianos, nasceu em São Paulo e foi criada no sertão da Bahia, na terra de origem de sua mãe – enquanto o pai é soteropolitano. Caatinga e mata atlântica. Rio e mar. Aos 8 anos iniciou seu contato com a música através da filarmônica da cidade. Tocava sopro (metais) e em seguida se introduziu no canto e no violão. A música sempre a acompanhou, sendo a expressão do seu íntimo. A amiga confidente. As mil e uma personagens coexistindo: perversa, sexy, melancólica, contida… A dramaticidade da vida sendo transmutada em matéria sonora. Durante o período da escola compunha e participava de competições estudantis. Na universidade se aliou a pares musicais e chegou a formar uma banda com colegas. Suas produções buscaram explorar elementos da black music, dentre os gêneros do soul, jazz e música afro-brasileira. Hoje, a formação em psicologia tem sido essencial para que ordene o próprio cerne criativo, extraindo e moldando diariamente potenciais de sua expressão. Dentre esses desdobramentos, as canções emergem da sua alma, composições inteiras que por vezes surgem durante o sono. O onirismo entrega o impulso do desejo. A música segue brotando da fonte. Seu nome surge assim, com acento agudo. MARÍ, acentuado de modo que manifesta sua história de origem paulista, em seu apelido desde o ventre-amniótico. Poeticamente, em uma junção do português com o tupi brasileiro (mar + “í”, que possui função de diminutivo), resulta em um “pequeno mar”. Assim, o seu canto se utiliza dessa contenção de potência. MARÍ coexiste, segue o fluxo mutável e transformador das águas. Compõe enquanto chora; Transborda enquanto faz seu som. E é nesse sumo fluente que se encontra sua arte.