A sétima arte está sorrindo para o ator baiano Thiago Almasy e ele, que sempre flertou com as telonas, está correspondendo como quem já esperava por isso.
Sexta-feira, dia 29 de janeiro, ele estreia, na Mostra de Cinema de Tiradentes, o seu primeiro personagem de cinema, o coach de youtuber cômico do longa Eu Empresa (Leon Sampaio e Marcus Curvelo), que terá exibição na programação do festival a partir das 20h. Já em 8 de fevereiro, inicia gravações do seu curta-metragem Via Láctea, estreando como diretor e dando a entender que essa paquera com o universo cinematográfico vai virar casamento.
“Em 2015 eu estive na Mostra de Tiradentes como espectador e, numa entrevista que dei para um portal de lá de Minas, prometi que voltaria à mostra com algum trabalho. E isso está acontecendo seis anos depois”, comemora Almasy, que caiu no gosto do público com o personagem Junior, da websérie Na Rédea Curta, mas que, antes disso, chegou a procurar curso superior de cinema, então inexistente em Salvador, o que o levou a cursar Direito.
“O cinema é muito presente na minha vida, minha mãe tem uma estante de filmes, cresci vendo muito filme e queria estudar cinema. Mas o meu caminho para o audiovisual acabou se dando de outra forma, através do teatro, da internet, mas sempre com esse desejo latente, que só fez crescer conforme fui estudando e me aperfeiçoando”, conta ele.
O curta de Thiago Almasy, Via Láctea, acontece através do edital municipal da Fundação Gregório de Matos, Prêmio Conceição Sena, através da Lei Aldir Blanc. É um filme de ficção científica, situado em Salvador, que narra a história de um grupo de alienígenas infiltrados como humanos em solo brasileiro que precisa interromper seu plano de dominação da Terra devido à pandemia do Covid-19. Sem contato com a nave mãe e enclausurados dentro dos hospedeiros por mais tempo que o previsto, eles serão irremediavelmente afetados pelas histórias desses corpos.
“Esse curta já nasce com muito carinho e apreço porque reflete tanto o momento singular da pandemia quanto minha pesquisa como artista sobre narrativas decoloniais. Com Via Láctea, experimento a ideia de uma consciência da colonização experimentando o corpo do colonizado. Os alienígenas se instalam no corpo dos hospedeiros humanos para traçar seus planos, mas aí passam a ter acesso à violência e limitação que esses corpos passam”, adianta o agora diretor de cinema.
Via Láctea terá seu período de gravações até 14 de fevereiro e inclui elenco 100% de atores baianos, majoritariamente negros, entre eles Marcia Limma, Genário Neto, Antônio Fábio, Fábio Osório Monteiro, Fernanda Silva e a atriz mirim Aya Dantas. “Estou muito feliz em começar no cinema dessa forma, com certeza esse vai ser apenas o primeiro passo e primeira de muitas produções de cinema da produtora ULTIMA Plataforma, que montei com Sulivã Bispo e que é o selo que vem gerindo nossa carreira”.
Foto Florian Boccia