Ópera do Malandro em nova montagem no Teatro Castro Alves

Talvez a obra mais emblemática da carreira de Chico Buarque, a ‘Ópera do Malandro’ já pode ser considerada um clássico do teatro musical brasileiro. Quase quatro décadas após a estreia original (1978), o malandro – como diz uma das célebres canções – surgiu na praça outra vez em uma nova montagem, com direção de João Falcão.

A atual versão tem elenco basicamente masculino, com uma única atriz, Larissa Luz. O cantor Moyseis Marques faz MaxOverseas e o grupo de atores que se formou em ‘Gonzagão – A Lenda’ se reencontra em cena para dar continuidade à pesquisa sobre musicais brasileiros e à parceria com João Falcão.

Inspirado em ‘A Ópera do Mendigo’ (1728), de John Gay, e em ‘A Ópera dos Três Vinténs’ (1928), de Bertolt Brecht e Kurt Weill, o musical conta a história do contrabandista Max, que casa em segredo com Teresinha, filha de Duran, poderoso dono de bordéis e cabarés da Lapa dos anos 40.

Com produção da Sarau Agência de Cultura Brasileira, a ‘Ópera do Malandro’  se apresenta pela primeira vez em Salvador, no Teatro Castro Alves, dias 16, 17, 18 de outubro, Sexta e Sábado às 21h e Domingo  às 19h.

DVD Vanessa da Mata - Foto: Leo Aversa

Para esta nova montagem, João pinçou músicas do espetáculo original e também do álbum ‘Malandro’, de Chico, e do filme homônimo, dirigido por Ruy Guerra em 1985. No roteiro, as clássicas ‘Folhetim’, ‘Teresinha’, ‘O Meu Amor’, ‘Geni e o Zepelim’ e ‘Pedaço de Mim’ se misturam a canções menos conhecidas do cancioneiro buarqueano, como ‘Sentimental’, ‘Hino da Repressão’ e ‘Uma Canção Desnaturada’.

ÓPERA DO MALANDRO-97

‘É incrível perceber a qualidade da produção de um compositor para um mesmo projeto, é um momento muito inspirado e consagrador para o Chico. As canções da ‘Ópera’ ganharam fôlego fora do teatro, se tornaram tão conhecidas que muitos nem sabem que foram feitas para o palco’, admira João, que convocou Beto Lemos para a direção musical e criação dos arranjos do projeto.

Ainda que bastante fiel ao texto, a concepção de João para o musical é original, ao convocar homens para todas as personagens femininas da peça. Já Larissa Luz, única mulher do elenco, vive João Alegre, uma espécie de narrador e comentarista da trama.

‘Colocar atores para interpretar mulheres vem ao encontro de uma tradição teatral secular e também com uma antiga pesquisa minha’, explica João, responsável por ‘inverter os gêneros’ em outros trabalhos, como a série ‘Sexo Frágil’ (TV Globo) e em peças como ‘Mamãe Não Pode Saber’ e ‘Gonzagão – A Lenda’’.

Aurora dos Campos se junta à equipe criativa e fica responsável pela cenografia, que – dentro de toda a proposta da direção – fugirá do realismo, enquanto os figurinos vão brincar com a mistura de épocas e estilos. ‘É um espetáculo de época (se passa nos anos 40) e teve uma primeira e mítica montagem nos anos 70, que hoje já é de época. Os figurinos brincam com isso também’, conta João.

 

SERVIÇO:

O QUE: ÓPERA DO MALANDRO

ONDE: Teatro Castro Alves

QUANDO: 16, 17 e 18 de Outubro

HORÁRIOS: Sexta e Sábado às 21h e Domingo às 19h.

QUANTO: R$ 50/R$ 25 (filas A a Z11)

ONDE COMPRAR: Site: www.compreingressos.com / Central de Vendas: 2626-5071

 

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Uran Rodrigues é um influente agitador cultural, promoter e idealizador do famoso baile O Pente (@opente_festa), além do projeto Sinta a Luz (@sinta.a.luz). Com uma carreira dedicada à promoção da diversidade cultural e artística, Uran conecta pessoas por meio de eventos que celebram a arte, a moda e a cultura preta. Seu trabalho busca não apenas entreter, mas também valorizar e dar visibilidade às potências culturais de Salvador e de outros estados do Brasil.
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