Acompanhando países desenvolvidos, o Brasil conta, hoje, com mais animais de estimação do que crianças em seus lares, segundos o IBGE. Dados do instituto de 2013, divulgados há dois anos, revelam que, de 100 famílias, 44 criam pets contra 36 com crianças de até 12 anos de idade.
Não é de se espantar, portanto, que ambientes domésticos venham sofrendo alterações a fim de que o estilo de vida da família se adapte à presença dos animais. “Planejar o local e pensar ainda na fase de projetos facilita a vida dos adeptos à criação de pets. Hoje, os clientes definem os espaços permitidos e proibidos para seus bichos de estimação e solicitam espaços adaptados para que eles fiquem mais bem acomodados. Com as moradias cada vez menores, ter algo planejado torna mais funcional e viável ter um bichinho em casa”, revela o arquiteto Christiano Ruvenal.
Segundo ele, algumas questões devem ser levadas em conta antes mesmo da compra de alguns móveis. “Até que sejam adestrados, o cão ou o gato vai saciar suas necessidades em qualquer local, o que pode significar o gato afiando as unhas na estante ou o cachorro roendo o pé da cadeira. Então, é preciso que se tenha em mente que escolher acabamentos com maior resistência vai ajudar no processo de adaptação”, lembra.
Para Ruvenal, sofás, poltronas e cadeiras em couro são mais adequados devido à resistência e fácil limpeza, já que não será estranho encontrar seu animalzinho deitado no sofá ao chegar do trabalho. “Dê preferencia a pisos claros e não porosos. Com eles, ficará mais difícil esconder a sujeira e evita-se o risco de uma possível mancha de xixi”, sugere o arquiteto. “Adaptar a marcenaria, definindo o cantinho do pet, também é uma possibilidade muito procurada. Normalmente, se faz uma cama, um cantinho para banho, tudo planejado e pensado de acordo com tamanho e porte do animal”.
Christiano lembra da importância de se instalar, antes da mudança, as telas de proteção. “É normal o cliente acabar deixando alguns detalhes, como um papel de parede, para depois da entrega do projeto, principalmente em função do orçamento. Mas, as telas de proteção em janelas, varandas e terraços devem ser prioridade se se tem animais”, diz, reforçando que filhotes podem passar pelo vão do parapeito e gatos, naturais exploradores, podem subestimar a altura.
“Uma casa bem preparada evita bastante estresse no processo de adaptação do animal ao novo lar. Dessa forma, a família aproveita melhor o tempo com o pet”, explica Christiano, que vem acompanhando mudanças, inclusive, em projetos de construtoras em todo o Brasil, que passam a oferecer espaços reservados para os animais em apartamentos e em áreas comuns de condomínios de baixo a alto padrão.