“Quero ver você, Ilê Aiyê, passar por aqui”. É nesse clima que todos que presenciarem a saída do primeiro bloco afro da Bahia, o Ilê Aiyê, vão querer estar. O cortejo que ocorre neste sábado, 25, às 20h, sai do Curuzu em direção Plano Inclinado da Liberdade – circuito Mãe Hilda. O “Pérola Negra” que desfila esse ano com o tema “Os povos Ewé/Fon. A influência do Jeje para os afrodescendentes” realiza no sábado de Carnaval um dos pontos mais especiais e de beleza do Carnaval de Salvador.
A saída do Ilê, que sempre reúne artistas, intelectuais, autoridades e toda a população local, tem início com uma cerimônia religiosa presidida pela mãe de santo Hildelice Benta, ialorixá do Terreiro Ilê Axé Jitolu, onde o nasceu o Ilê Aiyê há 42 anos. O ritual de celebração foi criado por Mãe Hilda, que dá nome ao circuito exclusivo do Mais Belo dos Belos. Na ocasião, ocorre a apresentação da Deusa do Ébano ao público, depois de ela ter passado três dias sob os cuidados do terreiro do Ilê, e a soltura das pombas brancas, momento considerado o mais emocionante do ritual.
Após serem realizadas todas as etapas da celebração, os foliões desfilam pelas ruas do bairro em que surgiu o Ilê Aiyê e depois saem em direção ao Campo Grande, onde inicia o segundo desfile de Carnaval, às 2h da madrugada de domingo (26), para encerrar o seu primeiro dia de folia na Praça da Piedade.
Tema – Com o intuito de contar a história da chegada do povo jeje aqui no Brasil, mitologias e segmentos da religião da sua nação, o bloco afro Ilê Ayê vai abordar no Carnaval 2017 o tema “Os povos Ewé/Fon. A influência do jeje para os afrodescendentes”. O mais belo dos belos aproveita a oportunidade para homenagear também alguns terreiros de candomblé pertencentes à nação jeje, incluindo o Ilê Axé Jitolú, no Curuzu, terreiro que deu origem ao Ilê Aiyê.
Após iniciar seu Carnaval no sábado (25), o Ilê Ayê, ainda no domingo (26), anima novamente as ruas do Curuzu com a Band’Erê – grupo infantil oriundo da escola de canto, dança e percussão da entidade – que irá puxar um bloco voltado às crianças da comunidade. Na segunda-feira (27) e terça-feira (28) de Carnaval, o mais belo dos belos retorna ao circuito Osmar com o som marcante da Band’Aiyê nas vozes de Iana Marucha, Iracema Kilyane, Marcos Costa e Jauncy Ojum Bará.
CRISE NA AVENIDA – Diante da atual crise financeira pela qual passa Ilê Ayê, o seu Carnaval, ainda que belo, sofre as conseqüências da situação que a entidade vive. Sem patrocínio, inclusive para a continuidade das suas atividades sócio-educativas em 2017– Escola Mãe Hilda e da escola de arte educação Band’Erê – , o bloco afro entra na avenida com menos alas de dança e integrantes do corpo de baile se dispondo a desfilar gratuitamente em apoio ao bloco. O mesmo acontece com o Bloco Erê, que é gratuito para os foliões mirins, e só está desfilando este ano graças ao apoio de fornecedores.
Ainda assim, com ajuda do patrocínio da Bahiagás, Bahiatursa/Governo do Estado e da Caixa/Governo Federal o Ilê Aiyê participa do Carnaval de Salvador levando para as ruas uma banda composta por 50 percussionistas, alas de baianas e de dançarinas, além do carro da rainha que trará a recém eleita Deusa do Ébano 2017, Gisele Santos Soares, acompanhada das princesas Suana Emile Gois (2˚ lugar) e Juliana da Silva Conceição (3˚ lugar). Como acontece todos os anos, os foliões do Ilê se encantarão com a beleza e repertório que celebram a história do mais antigo bloco afro do Brasil, que desfila pela 43ª vez na maior festa de rua do planeta.
SERVIÇO:
1º Dia – 25/02/17 (Sábado)
Circuito Mãe Hilda.
Primeiro desfile: Concentração no Curuzu (20h às 21h), seguindo até Plano Inclinado da Liberdade.
Segundo desfile: a partir de 2h da madrugada de domingo (26/02), saindo da Vitória em direção a Piedade.
2º Dia – 26/02/17 (domingo)
Circuito Mãe Hilda
Com a Band’Erê, a partir das 17h.
3º Dia – 27/02/17 (Segunda)
Circuito Osmar
Concentração às 18h na Araújo Pinho (Canela)
Saída prevista: 19h
4º Dia – 28/02/17 (Terça-feira)
Circuito Osmar
Concentração às 18h na Araújo Pinho (Canela)
Saída prevista: 19h