A RevistaGambiarra – Jornalismo, Cultura e Ativismo, foi contemplada no subsídio Black Live Matter Football, da Football Against Racism in Europe – Fare Network, com o projeto “A Negra no Futebol Brasileiro”. No Brasil, apenas três organizações aprovaram trabalhos, sendo elas o Observatório da Discriminação Racial no Futebol, Ludopédio, além da Revista Gambiarra.
Nos próximos meses, o veículo independente sediado em Vitória da Conquista (BA) irá publicar entrevistas e reportagens em diversos formatos, com o objetivo de reestabelecer a memória do futebol feminino feito por mulheres negras no Brasil. De acordo com a jornalista Natália Silva, autora do projeto, o título foi inspirado no livro “O Negro no Futebol Brasileiro”, do jornalista e historiador Mário Filho. “Por ser um clássico da literatura esportiva nacional e, apesar das séries de contradições que tenha gerado, é uma leitura obrigatória para quem estuda o assunto”, destaca.
“Mais do que falar de memória, a minha ideia é falar de esquecimento. O que a história do futebol no Brasil tenta deixar esquecido? Quantas e/ou quais mulheres negras, lutam todos os dias para melhorar a modalidade no país?”, questiona a jornalista, natural de Malhada de Pedras (BA). Ela aponta que este será um espaço que vai contar a história de mulheres negras e permitir observar como essas mulheres são afetadas pela organização social imposta a partir do processo de escravidão de pessoas negras durante a formação da sociedade brasileira. “À medida que fui pensando na execução do projeto, que até então era só um sonho, percebi que temos que debater, ouvir e ler mais sobre o racismo, suas diversas formas e sua interseccionalidade com o gênero.
Natália Silva é graduada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) e possui especialização em Comunicação em Redes Sociais pela FMU/SP. Ela estuda a atuação do Jornalismo Esportivo em períodos de grandes eventos, mas no início desse ano decidiu direcioná-los para o modo como são tratados os casos de racismo no futebol na mídia, observando os aspectos de interseccionalidade.